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CPI: “Havia recomendação para não me reanimar”, diz paciente da Prevent Senior

Andrade buscou atendimento junto à operadora após contrair o novo coronavírus e foi medicado com fármacos ineficazes contra a Covid-19

atualizado

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Pedro França/Agência Senado
Paciente e Médico da Prevent
1 de 1 Paciente e Médico da Prevent - Foto: Pedro França/Agência Senado

Em depoimento à CPI da Covid-19, o paciente da Prevent Senior Tadeu Frederico de Andrade relata que os profissionais da empresa teriam tentado convencer familiares de que seu quadro de saúde era irreversível e, dessa forma, o recomendado seria não reanimá-lo, em caso de parada cardíaca. Andrade buscou atendimento junto à operadora após contrair o novo coronavírus.

Durante a oitiva aos senadores, o advogado narra ter feito uma consulta inicial, por meio virtual. No primeiro encontro, após a descrição dos sintomas, médicos da Prevent lhe prescreveram fármacos previstos no chamado “tratamento precoce”. Depois de cinco dias administrando remédios ineficazes, o quadro piorou. “Eu não melhorei, eu piorei”, enfatizou.

“Comecei a ser medicado por uma teleconsulta, sem saber o que eu tinha. Tive resultado positivo, já estava terminando esse tratamento e estava piorando. No dia 30 de dezembro à noite, tive que ir para um pronto-socorro. Fiz novamente um exame de PCR, que confirmou meu diagnóstico. Foi constatado que eu estava com pneumonia bacteriana avançada. Acho que um atendimento imediato, no primeiro dia, talvez tivesse sido combatido a doença mais eficientemente”, detalhou aos parlamentares.

O depoente relata que, após 30 dias da internação de Andrade em uma unidade de terapia intensiva (UTI) em hospital da Prevent Senior, sua filha recebeu ligação de uma médica da empresa sugerindo que ele migrasse para um “leito híbrido”. A profissional foi identificada por ele como Daniela de Aguiar Moreira da Silva.

“Eu sairia da UTI e iria para um leito híbrido e, nas palavras dela, teria ‘maior dignidade e conforto’, pois meu óbito ocorreria em poucos dias”, afirmou.

O advogado disse ainda que havia uma recomendação dos profissionais de saúde para não o reanimarem. “Seria ministrada em mim uma bomba de morfina, e todos os meus equipamentos de sobrevivência seriam desligados. Havia recomendação para não haver reanimação, se eu tivesse uma parada cardíaca. Minha filha não concordou”, disse.

Andrade foi convocado a depor após ter procurado os senadores para relatar supostas irregularidades cometidas pela Prevent Senior. Infectado pela Covid-19 e beneficiário do plano de saúde, o advogado narra ter sido medicado com kit Covid — conjunto de fármacos comprovadamente ineficazes contra a Covid-19.

Recuperado, ele denunciou a Prevent Senior à CPI da Covid e ao Ministério Público de São Paulo (MPSP), que investiga, paralelamente ao colegiado do Senado Federal, a ação do plano de saúde durante a crise sanitária.

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