CPI: “Falei mais coisa”, diz Bolsonaro sobre gravação feita por Kajuru
A apoiadores presidente reclamou de ter tido conversa com senador gravada, mas disse que outros trechos do diálogo podem ser divulgados
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reclamou, na manhã desta segunda-feira (12/4), da gravação e divulgação de conversa com o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) na qual trataram da CPI da Covid. Apesar da indignação, o mandatário do país afirmou que falou de outras coisas no diálogo e pediu a publicação dos demais trechos.
“Eu fui gravado numa conversa telefônica, tá certo? A que ponto chegamos no Brasil aqui?”, iniciou Bolsonaro, ao dialogar com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
Uma pessoa que estava no local classificou o ato como vazamento. O chefe do Executivo respondeu: “Não é vazar, é te gravar. A gravação é só com autorização judicial. Agora, gravar o presidente e divulgar… E outra: só para controle, falei mais coisa naquela conversa lá. Pode divulgar tudo da minha parte, tá?”
O senador afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que avisou ao presidente que publicaria a conversa com 20 minutos de antecedência. Pontuou ainda que o mandatário não tentou impedir a publicação. Segundo o parlamentar, Bolsonaro teria dito: “Tudo bem, tudo que falei está falado”.
No diálogo, divulgado pelas redes sociais de Kajuru na tarde de domingo (11/4), o chefe do Executivo defende que o parlamentar peça a ampliação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para que os governadores e prefeitos também sejam investigados.
Assista:
A comissão deve investigar as omissões do governo federal no combate à pandemia. O assunto divide opiniões entre os senadores, que estavam adiando sua instalação.
Na última semana, o ministro do Supremo Tribural Federal (STF) Luís Roberto Barroso determinou que a situação seja investigada. A decisão será analisada pelo plenário da Corte na próxima quarta-feira (14/4).
Isolamento social
Nesta segunda, Bolsonaro voltou a criticar medidas tomadas por governadores e prefeitos para conter a disseminação do vírus, como o fechamento do comércio, e os chamou de “protótipos de ditadores”.
“Tem que restabelecer o direito de ir e vir no Brasil, né?”, assinalou. “Problema aqui é mais sério do que se possa imaginar, tá, pessoal? Nós estamos vendo alguns de protótipos de ditadores por aí fazendo barbaridades em seus estados.”
Aos apoiadores o titular do Planalto disse ainda que o fechamento do comércio indica que o socialismo está “cada vez mais perto de vocês”.
A conversa de Bolsonaro com apoiadores foi divulgada por um canal no YouTube simpático ao presidente.