CPI: empresário da VTCLog nega favorecimento a ex-diretor do Ministério da Saúde
Raimundo Nonato Brasil afirmou à CPI da Covid que nunca procurou qualquer ente público para tratar de contratos com o governo
atualizado
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Um dos sócios da empresa de logística VTCLog, Raimundo Nonato Brasil afirmou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 que não houve favorecimento a Roberto Ferreira Dias, ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde apadrinhado por lideranças do Centrão, em contrato entre a empresa e o Ministério da Saúde.
A suspeita de possíveis irregularidades surgiu durante o depoimento de Ivanildo Gonçalves, motoboy da VTCLog, que confirmou ter feito saques e ter pagado boletos de Dias.
Acompanhe:
“Todas as conversas [com Roberto Ferreira Dias] foram conversas dentro do Ministério da Saúde. Nunca procuramos qualquer ente público. Nunca oferecemos nenhuma vantagem para o senhor Roberto Ferreira Dias”, informou.
Único preso da CPI da Covid, Dias atuou como diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde. Ele está envolvido em suspeitas de favorecimento de empresas de aliados de atores políticos para lucrar com contratos na pasta. Dias também figura como autor do pedido de propina de US$ 1 por dose de vacina que viria a ser comprada pela Saúde junto à Davati Medical Supply.
O sócio da empresa negou que membros da VTCLog sejam próximos do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), que chefiou o Ministério da Saúde na época da contratação da companhia. “Nunca tivemos nenhum contato com o senhor Barros”, enfatizou Brasil.
Contratos
O sócio da CTVLog também disse que todos os contratos firmados entra a empresa e o poder público estão sob o controle das autoridades internas e órgãos públicos. O empresário presta depoimento nesta terça-feira (5/10).
“Os contratos firmados entre VTClog e o poder público se encontram sob controle das autoridades internas, órgãos públicos que nos contrataram, assim como Ministério Público, Tribunal de Contas da União e Controladoria-Geral da União. Jamais deixamos de prestar contas a toda estrutura fiscalizadora do poder público”, disse.
A empresa presta serviços ao Ministério da Saúde desde 2018 e, durante a pandemia, ficou responsável pela distribuição de vacinas contra a Covid-19. A CPI apura se houve irregularidade nos contratos entre a VTCLog e o governo federal e analisa a ligação da empresa com o ex-diretor de Logística da pasta Roberto Dias.
O nome da empresa apareceu pela primeira vez para a comissão quando os parlamentares decidiram investigar os contratos entre a pasta e colaboradores, depois de as denúncias de irregularidades que envolveram as tratativas pela venda da vacina indiana Covaxin. Após as acusações se tornarem públicas, o governo cancelou o contrato do imunizante indiano.
O requerimento de convocação destaca que uma reportagem da TV Globo, em julho passado, colocou sob suspeita um aditivo contratual firmado entre o governo federal e a empresa, e que o ex-diretor de Logística ignorou parecer da consultoria jurídica da Saúde, apontando que o contrato seria desvantajoso para a administração pública.
A análise teria recomendado ainda que a área técnica avaliasse outras alternativas, como a rescisão contratual e a realização de novo procedimento licitatório.