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CPI das Fake News: relatora pede investigação sobre Hans River

Segundo Lídice da Mata, ex-funcionário de empresa suspeita de disparar notícias falsas teria prestado informações inconsistentes

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Geraldo Magela/Agência Senado
CPMI – Fake News – Comissão Parlamentar Mista de Inquérito
1 de 1 CPMI – Fake News – Comissão Parlamentar Mista de Inquérito - Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

A relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Fakes News, deputada Lídice da Mata (PSB-BA), pediu ao Procurador-Geral da República, Augusto Aras, abertura de uma investigação contra o ex-funcionário da empresa de marketing digital Yacows Hans River do Rio Nascimento por falso testemunho em depoimento prestado ao colegiado.

River foi ouvido nessa terça-feira (11/02/2020) pela comissão e insultou a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo. Nascimento disse que a jornalista “queria sair” com ele em troca de informações para uma reportagem.

No pedido, a deputada Lídice da Mata diz que Nascimento cita informações que, posteriormente, “viriam a se mostrar inconsistentes ou inverídicas”.

No dia seguinte ao depoimento de Nascimento, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu punição e chamou as declarações de “baixaria”. “Falso testemunho, difamação e sexismo têm de ser punidos no rigor da lei. Atacar a imprensa com acusações falsas de caráter sexual é baixaria com características de difamação”, afirmou Maia, pelo Twitter.

No mesmo dia do depoimento, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) replicou as acusações de River no plenário da Câmara e no Twitter. “Eu não duvido que a senhora Patrícia Campos Mello, jornalista da Folha, possa ter se insinuado sexualmente, como disse o senhor Hans, em troca de informações para tentar prejudicar a campanha do presidente Jair Bolsonaro”, disse o parlamentar, filho “03” do presidente Jair Bolsonaro.

Reação de jornalistas
Mais de 2,4 mil mulheres jornalistas assinaram nessa quarta-feira (12/02/2020) manifesto de apoio à repórter Patrícia Campos Mello. No documento, as mulheres afirmam que as acusações do depoente à repórter foram feitas “sem apresentar qualquer prova ou mesmo providência”, e reforçam o nome de Patrícia como uma das jornalistas “mais sérias e premiadas do Brasil”.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) também repudiou as “alegações difamatórias” de Eduardo. “É assustador que um agente público use seu canal de comunicação para atacar jornalistas cujas reportagens trazem informações que o desagradam, sobretudo apelando ao machismo e à misoginia”, disse a Abraji.

Disparos
O episódio fez com que Patrícia fosse alvo de ofensas machistas nas redes sociais. Em 2018, ela publicou uma série de reportagens sobre a ação de empresas que faziam disparos em massa de mensagens por WhatsApp para influenciar o voto nas eleições presidenciais. A Yacows era uma delas.

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