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CPI da Covid: senadores reagem à abertura de inquérito pela PF

A PF abriu inquérito, nesta quarta (4/8), para apurar o vazamento de depoimentos sigilosos enviados à comissão

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Hugo Barreto/Metrópoles
CPI da Covid
1 de 1 CPI da Covid - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Senadores da CPI da Covid-19 reagiram, nesta quarta-feira (4/8), à abertura de inquérito por parte da Polícia Federal para apurar o vazamento de depoimentos sigilosos enviados à comissão. Os parlamentares querem que a Presidência do Congresso Nacional seja notificada para que sejam tomadas as providências devidas contra o ministro da Justiça, Anderson Torres, e o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino.

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), destacou que é a comissão que determina o que é ou não sigilo e recordou que sofreu ataque das Forças Armadas, capitaneado pelo ministro da Defesa, Walter Braga Netto, ao criticar “maus militares”.

Para Aziz, o governo vem tentando dificultar o trabalho da CPI com intimidações. “O presidente desta Casa [Rodrigo Pacheco] será notificado pela CPI sobre o que está ocorrendo. As pessoas não estão tentando investigar uma simples má gestão, mas a morte de mais de 600 mil pessoas”, disse.

“A PF não abriu inquérito no caso Precisa, só abriu quatro meses depois quando veio à tona nessa CPI. A PF manda depoimentos incompletos, com suspeita de edição. O ministro da Justiça, no alvorecer dessa Comissão Parlamentar de Inquérito, dá uma entrevista intimidando os membros dessa CPI. Isso equipara-se a transformar a honrosa PF em polícia política”, declarou o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). “Essa insistência autoritária não prosperará. Não vamos parar”, acrescentou.

O relator Renan Calheiros (MDB-AL) também se mostrou indignado com a decisão. “Quero lamentar o comportamento da Polícia Federal. Fui ministro e chefiava a PF, conheço o compromisso da PF e sei que todos que tentaram aparelhar a Polícia Federal de alguma forma deram com os burros n’água. Podemos adestrar algumas pessoas, mas não a instituição”, ressaltou.

O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) sugeriu que a Advocacia do Senado entre com habeas corpus para trancar o inquérito.

Inquérito

Polícia Federal determinou a abertura de inquérito para apurar o vazamento de depoimentos sigilosos enviados pela PF à CPI da Covid-19. O anúncio ocorreu nesta quarta-feira (4/8).

Os depoimentos em questão fazem parte de duas investigações em curso na Polícia Federal: uma sobre suspeita de prevaricação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e outra sobre as supostas irregularidades na compra da vacina Covaxin.

Em nota, a PF afirmou que enviou a íntegra dos dois inquéritos e os depoimentos de oito pessoas gravados em vídeo e sem qualquer edição. “Em obediência às disposições processuais penais e com o objetivo de resguardar o andamento das investigações, a Polícia Federal solicitou à comissão parlamentar o necessário sigilo das oitivas”, diz.

Polícia Federal também vai investigar o alegado corte mencionado pela imprensa. “As alegações defensivas do depoente, embora não estejam gravadas, foram registradas por escrito e igualmente encaminhadas na íntegra”, continuou.

 

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