CPI da Covid prevê eventual manobra de Pazuello para evitar depoimento
A oitiva do ex-ministro da Saúde foi remarcada para o próximo dia 19, após ele alegar ter tido contato com infectados pela Covid-19
atualizado
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Senadores da CPI da Covid-19 receberam informação sobre uma tentativa do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello de evitar comparecer ao depoimento no próximo do dia 19 como testemunha. A oitiva do ex-ministro, que seria no último dia 5, foi adiada após ele alegar ter tido contato com dois servidores infectados pela Covid-19.
O vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que chegou à comissão a informação de que Pazuello pode tentar obter um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para não depor. Segundo ele, o ex-ministro quer usar um “artifício jurídico” para driblar a comissão.
“O Pazuello pode querer usar um artifício jurídico para driblar a CPI, dizendo que hoje ele é investigado num inquérito criminal deflagrado pelo [procurador-geral da República, Augusto] Aras e que, nessa condição, não pode prestar compromisso de dizer a verdade, para não produzir prova contra si ou ainda tentar um habeas corpus no STF para não comparecer”, afirmou Randolfe.
Randolfe, todavia, avaliou que, caso Pazuello entre com pedido de habeas corpus no STF, este não seria concedido, diante das decisões da Corte de não interferir em questões internas do Parlamento.
Nos bastidores, comenta-se que Pazuello trocou involuntariamente uma oitiva “ruim” por uma potencialmente “pior”, ao acumular duas semanas de informações e depoimentos contrários.
A visita do ministro Onyx Lorezoni, da Secretaria-Geral da Presidência, a ele na última quinta-feira (6/5), dois dias depois de ele ter informado que não iria à CPI, também ajudou a acirrar os ânimos contra ela. A comissão pediu que o ex-ministro envie ao colegiado o exame da Covid-19.