Aziz e Fausto discutem: “Se não responder, vai ser investigado”
O requerimento de convocação do deputado estadual Fausto Junior é de autoria do senador governista Marcos Rogério (DEM-RO)
atualizado
Compartilhar notícia
O deputado estadual do Amazonas Fausto Junior (MDB) presta depoimento, nesta terça-feira (29/6), à CPI da Covid. Ele foi relator da CPI da Saúde realizada pela Assembleia Legislativa amazonense em 2020.
O requerimento de convocação é de autoria do senador governista Marcos Rogério (DEM-RO). O objetivo da base governista é reforçar a responsabilidade do governo estadual na crise sanitária ocorrida no Amazonas.
Durante a sessão, o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), disse que o deputado estadual do Amazonas Fausto Junior (MDB) será investigado por não ter indiciado o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), pela CPI da Saúde, da Assembleia Legislativa do estado.
Aziz perguntou onde Fausto Junior morava e o deputado estadual se recusou a responder, alegando que, como relator, indiciou mais de 50 pessoas na comissão parlamentar estadual. “Não vejo o nexo causal da pergunta”, disse o depoente, se recusando a responder as quetsões.
“A pergunta é para mostrar ao Amazonas o por quê ele não indicou o governador. Aí vocês vão ver o que é um escândalo. Essa CPI vai quebrar o sigilo das empresas, o modus operandi de uma membra do Tribunal de Contas do Amazonas para saber por que ele não indiciou e a evolução fantástica de imóveis em condomínios residenciais de altíssimo custo para quem morava em um lugar simples até pouco tempo atrás”, afirmou o senador.
“Se vossa excelência não responder, vai ser investigado pela CPI”, acrescentou.
Acompanhe:
Indiciamento
Aziz sugeriu que o deputado possui relação com empresas envolvidas em supostos esquemas de corrupção. “A corrupção faz com que o relator não indiciasse o governador”, disse. O depoente rebateu dizendo que era uma calúnia.
No início da sessão, Fausto Junior sugeriu que Aziz, que foi governador do Amazonas entre 2010 e 2014, deveria ter sido indiciado. Desde então, o clima entre eles ficou tenso.
Fausto Junior foi relator da CPI da Saúde realizada pela Assembleia Legislativa amazonense em 2020. A CPI estadual foi instalada em maio de 2020 para investigar a ocorrências de atos administrativos ilícitos durante a crise sanitária.
Após 120 dias, as investigações da CPI revelaram que autoridades, servidores públicos e representantes de empresas privadas se associaram com o intuito de obter vantagens patrimoniais indevidas.
O governo do Amazonas é alvo de investigações da Polícia Federal referente a fraudes em aquisições emergenciais e desvio de recursos públicos destinados ao enfrentamento da pandemia da Covid-19.
Requerimentos
Antes de ouvirem Fausto Junior, os senadores votarão requerimentos para os próximos dias. Um dos mais esperados é o do líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR).
O nome de Ricardo Barros foi citado pelo deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) em depoimento à CPI na sexta-feira passada (25/6). Segundo Miranda, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mencionou Barros como envolvido no esquema da compra da vacina Covaxin. Barros nega envolvimento.
Luiz Miranda prestou depoimento ao lado do irmão, servidor Luis Ricardo Miranda, na sexta-feira, e denunciaram um suposto esquema com irregularidade na contratação do imunizante indiano. Os dois contaram ter se reunido com o presidente Jair Bolsonaro em 20 de março, no Palácio da Alvorada, para fazer a denúncia.