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CPI da Covid ouve nesta terça Mayra Pinheiro, a “Capitã Cloroquina”

Mentora do TrateCov, secretária foi responsável pela distribuição de medicamentos sem comprovação de eficácia contra a Covid-19 em Manaus

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1 de 1 Fotografia colorida de Mayra Pinheiro - Foto: Reprodução / Facebook

A CPI da Covid ouve, nesta terça-feira (24/5), Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, do Ministério da Saúde, conhecida como “Capitã Cloroquina”.

Assim como o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, a secretária também ingressou com habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) e poderá permanecer em silêncio sobre fatos ocorridos entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, período em que ocorreu a crise do desabastecimento de oxigênio hospitalar em Manaus.

O ministro Ricardo Lewandowski, do STF, que havia rejeitado um primeiro habeas corpus à secretária, acabou concedendo a ela o direito de ficar em silêncio. Afinal, Mayra responde a ação de improbidade administrativa apresentada pelo Ministério Público Federal no Amazonas.

A gestora federal ficou conhecida por organizar uma comitiva de médicos a Manaus para promover o chamado “tratamento precoce” para a Covid-19, com cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina – mesmo sem a comprovação de eficácia no tratamento contra o novo coronavírus –, no auge da crise de oxigênio hospitalar na capital amazonense.

A secretária também escreveu um artigo no qual faz uma defesa sobre a Nota Informativa nº 9/2020, que tem orientações do Ministério da Saúde para “Manuseio Medicamentoso Precoce de Pacientes com Diagnóstico de Covid-19”, e sugeriu que os críticos aos fármacos sem comprovação de eficácia contra o Sars-CoV-2 podem ter cometido um “verdadeiro genocídio”.

Pazuello afirmou à CPI da Covid, na última semana, que a secretária é a mentora da plataforma TrateCov, que indicava, até para bebês, remédios sem comprovação de eficácia.

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Em março de 2020, a médica pediatra dividiu com seus contatos no Facebook que seus parceiros de convalescença durante os sintomas da Covid foram ivermectina, hidroxicloroquina, bromexina, azitromicina, zinco, vitamina D e proxalutamida, todos ali, “na cabeceira da cama”, como ela mesma postou
CPI da Covid
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CPI da Covid em sessão de depoimento
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Depois, ingressou no partido Novo, mas, segundo o jornal Folha de S.Paulo, ela deixou a sigla após lideranças do partido, como João Amoedo, passarem a defender o impeachment de Bolsonaro

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Em março de 2020, a médica pediatra dividiu com seus contatos no Facebook que seus parceiros de convalescença durante os sintomas da Covid foram ivermectina, hidroxicloroquina, bromexina, azitromicina, zinco, vitamina D e proxalutamida, todos ali, “na cabeceira da cama”, como ela mesma postou

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O ex-ministro alegou que a plataforma foi hackeada e colocada no ar indevidamente. As redes sociais da pasta e a TV Brasil, porém, divulgaram o lançamento do aplicativo.

Os parlamentares querem mais informações sobre a aquisição e distribuição de comprimidos de cloroquina pelo Ministério da Saúde, além de questões relativas ao isolamento social, à vacinação e ao TrateCov.

“Isso [o habeas corpus] atrapalha muito. Dificulta, mas é preciso ter paciência. Pazuello acabou falando. Ela vai ter que responder o que Pazuello falou [sobre ela ser a mentora do TrateCov]”, disse o senador Humberto Costa (PT-PE), acrescentando que a plataforma e a promoção da cloroquina serão temas bastante explorados.

O depoimento da secretária estava previsto para ocorrer na última quinta-feira (20/5), porém foi adiado porque a oitiva de Pazuello se estendeu por dois dias.

Sessões

A comissão vai realizar, na quarta-feira (26/5), sessão deliberativa para analisar requerimentos – entre elas, a de reconvocação do ex-ministro Eduardo Pazuello. Após apresentar contradições durante depoimento na semana passada, o general participou de uma manifestação com motociclistas a favor do presidente Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro, no último domingo (23/5), sem máscara.

Na quinta-feira (27/5), o colegiado ouvirá Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, entidade que desenvolve, em parceria com o laboratório chinês Sinovac, a Coronavac.

O colegiado ouviria, na quinta-feira, o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Élcio Franco, responsável pela execução e administração da pasta, além das negociações e aquisição de vacinas e insumos. Ele deixou a pasta no final de março deste ano.

Franco, contudo, recupera-se da Covid-19, e deve ser ouvido, a princípio, na segunda semana de junho.

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