À CPI, Francisco Araújo nega relação com a Precisa Medicamentos
A oitiva com o gestor é alternativa à ausência de Marconny Ribeiro de Faria, suposto lobista da Precisa Medicamentos
atualizado
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Em depoimento à CPI da Covid-19 nesta quinta-feira (2/9), o ex-secretário de Saúde do Distrito Federal Francisco Araújo afirmou que não tem relação com qualquer pessoa ligada à Precisa Medicamentos, empresa envolvida em negociações suspeitas para a compra de vacinas pelo Ministério da Saúde.
Veja como foi:
No DF, a empresa foi a vencedora de licitação para venda de 150 mil testes de detecção de Covid. A compra, apontada como superfaturada, colocou o ex-secretário no radar do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT).
“Não tenho nenhum tipo de relacionamento com a Precisa Medicamento. Não conheço os donos da empresa, eles participaram de um certame, como todos os outros”, disse.
Depoimento
A oitiva do ex-secretário de Saúde desta quinta ocorreu após o suposto lobista Marconny Faria não comparecer ao colegiado. Esta é a quinta vez que os senadores remanejam o depoimento de Araújo. Inicialmente, a oitiva estava prevista para ocorrer na semana passada, mas foi remarcada para a última terça (31/8) e, depois, para esta quinta.
Na semana passada, o ex-secretário obteve no Supremo Tribunal Federal (STF) liminar para ficar em silêncio em perguntas que possam autoincriminá-lo.
Há expectativa de que ele comente os envolvimentos em irregularidades da sua gestão envolvendo a Precisa Medicamentos, intermediária da venda da vacina indiana Covaxin ao Ministério da Saúde. Isso porque a empresa também foi alvo de investigação do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) por suspeita de vender testes de detecção de Covid-19 superfaturados e de baixa qualidade.
Foram 150 mil exames comprados a um valor de quase R$ 21 milhões.
Araújo chegou a ser preso em 25 de agosto do ano passado, no âmbito da Operação Falso Negativo, enquanto era secretário de Saúde do Distrito Federal. Depois, ele foi afastado e exonerado do cargo público.
Foragido
De acordo com o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), Marconny tem paradeiro desconhecido e é procurado pela Polícia Legislativa. A cúpula do colegiado solicitou a condução sob Vara do depoente ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Em mais uma estratégia para adiar a oitiva, a defesa do investigado, que deporia na condição de testemunha, solicitou a suspensão do depoimento dele, alegando que não teve acesso aos documentos em que o lobista é citado.
A oitiva já havia sido ameaçada anteriormente, após a defesa apresentar um atestado médico do Sírio-Libanês, em São Paulo, alegando dor pélvica, após contato da comissão com a direção do Sírio Libanês, a estratégia dele para não depor foi desfeita.