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CPI da Covid ouve Ernesto Araújo sobre China e compra de vacinas

Senadores querem explicações sobre a condução da diplomacia brasileira durante a pandemia da Covid-19

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Ernesto Araújo ministro do Itamaraty no governo bolsonaro pede demissão
1 de 1 Ernesto Araújo ministro do Itamaraty no governo bolsonaro pede demissão - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

No que promete ser uma semana tensa para o governo Jair Bolsonaro na CPI da Covid, os senadores ouvem, nesta terça-feira (18/5), o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo. Os integrantes da comissão querem explicações sobre a condução da diplomacia brasileira durante a pandemia da Covid-19, com atenção especial às relações com a China e às negociações para compra de vacinas e chegada de insumos para produção dos imunizantes.

Araújo deixou o Itamaraty no fim de março deste ano, sob forte desaprovação de empresários e parlamentares.  Entre as questões que levaram a tamanha rejeição, estão o alto teor ideológico da gestão do ex-ministro, a subserviência ao ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e as reiteradas críticas à China, maior parceiro comercial brasileiro.

O país asiático é também o maior fornecedor de insumos para a produção de imunizantes no Brasil, por meio da parceria entre o laboratório chinês Sinovac e o Instituto Butantan, para a fórmula da Coronavac. A chegada dessa matéria-prima para fabricação de vacinas tem sofrido atrasos, e muitos atribuem essa dificuldade à relação estremecida do Brasil com a China.

Outra crítica comum à gestão do ex-chanceler é a suposta falta de interesse na aquisição de imunizantes para o país, privilegiando a busca por cloroquina e outros medicamentos sem eficácia comprovada para a Covid-19.

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Ernesto Araújo, quando ainda era ministro de Relações Exteriores, ao lado de Jair Bolsonaro
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CPI da Covid
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Um episódio emblemático foi a viagem a Israel, em busca de um “spray nasal milagroso” contra o novo coronavírus, que posteriormente foi rechaçado pelo Brasil. Discípulo do ex-astrólogo e professor on-line de filosofia Olavo de Carvalho e um dos expoentes da ala mais fortemente ideológica do governo, Araújo também era crítico à Organização Mundial de Saúde (OMS), que faria parte do que chama de “globalismo” e contra o qual se insurgia, a cada discurso.

“É fato público e notório que o senhor Ernesto Araújo, durante o período em que foi ministro de Relações Exteriores, executou na política externa o negacionismo de Bolsonaro na pandemia, o que teria feito o Brasil perder um tempo precioso nas negociações por vacinas e insumos para o combate à Covid-19”, justifica o senador Marcos do Val (Podemos-ES), no requerimento de convocação.

A oitiva de Araújo se soma à do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello na busca dos senadores por elementos que ajudem a entender até que ponto o “negacionismo” foi a política do governo Bolsonaro em relação à crise sanitária.

Outros depoimentos

O depoimento de Pazuello está marcado para ocorrer na quarta-feira (19/5). A oitiva seria no último dia 5, mas, após ele alegar ter tido contato com dois servidores infectados pela Covid-19, foi adiada.

Na última semana, a Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir o direito de silêncio do ex-ministro. O ministro-relator Ricardo Lewandowski deferiu parcialmente o pedido – Pazuello pode se calar quando algo incriminá-lo, mas não deve se calar quando for perguntado sobre terceiros.

Na quinta-feira (20/5), a comissão ouve a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como “Capitã Cloroquina”, que também ingressou com habeas corpus.

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