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CPI da Covid ouve advogada de médicos que denunciaram a Prevent Senior

Profissionais dizem ter sido coagidos a adotar medicamentos sem comprovação de eficácia, e que empresa não avisava pacientes do uso

atualizado

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Edilson Rodrigues/Agência Senado
Plenário da CPI da Covid
1 de 1 Plenário da CPI da Covid - Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 ouve, nesta terça-feira (28/9), Bruna Morato, advogada dos médicos que trabalharam na Prevent Senior e elaboraram um dossiê entregue à comissão com denúncias de uso indiscriminado, nos hospitais da empresa, de medicamentos – como cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina – sem comprovação de eficácia para o tratamento da Covid-19.

A empresa, conforme revelou o Metrópoles, adotou o protocolo de administrar esses fármacos e passou dados para acompanhamento do governo federal. O padrão de uso foi desenvolvido com a ajuda de ao menos um membro do “gabinete paralelo”, que aconselhou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na condução da pandemia.

Além disso, a operadora de saúde é acusada de ter coagido médicos para que aplicassem as drogas em pacientes sem o conhecimento deles ou dos familiares, e até do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). A empresa também é suspeita de ter ocultado, em estudo sobre a cloroquina, o número de mortes de pessoas em tratamento contra a Covid-19.

Outra acusação que pesa sobre a empresa é a de alterar atestados de óbitos para ocultar morte de pacientes por Covid-19, com orientação para os médicos mudarem os prontuários.

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Sessão da CPI da Covid-19
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Diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Batista Junior, em depoimento à CPI da Covid-19
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Diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Batista Junior, em depoimento à CPI da Covid-19

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Em depoimento à CPI na última quarta-feira (22/9), o diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Junior, negou as acusações e afirmou que as denúncias teriam sido inventadas por um grupo de médicos. O diretor admitiu, entretanto, a alteração nos prontuários, sob a alegação de que a medida foi tomada para que se identificassem pacientes que não representariam mais riscos de transmissão da doença.

“Assim, após 14 dias do início dos sintomas (pacientes de enfermaria/apartamento) ou 21 dias (pacientes com passagem em UTI/leito híbrido), a CID – Classificação Internacional de Doença – deveria ser modificada para qualquer outra, de forma a identificar os pacientes que já não tinham mais necessidade de isolamento”, disse Batista.

Há uma expectativa entre os senadores de que algum médico, sob orientação de Bruna Morato, esteja presente. Os parlamentares querem confrontar as declarações dadas por Batista durante a oitiva.

O Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) criou, na última quinta-feira (23/9), uma força-tarefa com quatro promotores para apurar denúncias contra a Prevent Senior. Além do MPSP, o Ministério Público Federal (MPF) também investiga a operadora de plano de saúde desde dezembro de 2020 por pesquisa ilegal com medicamentos sem comprovação de eficácia para a Covid-19.

Hang

A comissão seguirá, na quarta-feira (29/9), focada no “gabinete paralelo” e no caso da Prevent Senior, com o depoimento do empresário bolsonarista Luciano Hang. Aliado de Bolsonaro, o empresário é alvo de suspeita de ter financiado o grupo de consultores informais do presidente Jair Bolsonaro. Outra situação que envolve Hang e a operadora de saúde é o caso da possível alteração na certidão de óbito da mãe dele, Regina Hang, supostamente a pedido do empresário.

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