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Rosário chama Tebet de “descontrolada” e CPI é suspensa após confusão

Após depoimento que irritou senadores, o ministro da Controladoria-Geral da União passou da condição de testemunha à de investigado

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Roque de Sá/Agência Senado
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1 de 1 Wagner Rosario_CPI - Foto: Roque de Sá/Agência Senado

O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, prestou depoimento, nesta terça-feira (21/9), à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. A sessão, no entanto, foi encerrada após confusão provocada por desentendimento entre Rosário e a senadora Simone Tebet (MDB-MS), a quem chamou de “descontrolada”.

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Irritada com as respostas de Rosário aos senadores, a parlamentar insinuou que o ministro é uma “espécie de engavetador”, ao que ele reagiu: “Com todo respeito à senhora, recomendo que releia tudo de novo, pois a senhora falou uma série de inverdades”.

Simone contra-atacou: “Eu sou senadora da República, mas vossa excelência não pode dizer que eu devo ler de novo esse processo da Covaxin. Ele está se comportando como menino mimado”. Wagner Rosário então disse: “A senhora está completamente descontrolada”. O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), saiu em defesa da colega: “Ser machista aqui não”, disse.

Ao final, o relator da Comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), anunciou que o ministro da CGU passou da condição de testemunha à de investigado.

Ministro reclamou

Antes, em resposta ao presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), o ministro disse que a CGU não é dele, mas um órgão de Estado que presta serviço à população brasileira, assim como a CPI é o campo de Aziz, mas dele e da população brasileira e frisou que muitos dos debates que ocorrem na comissão têm como base documentos produzidos pela CGU.

“Fui acusado de maneira irresponsável pelo crime de prevaricação”, afirmou o ministro. “Não foi apresentado pelos senadores qual foi o ato de ofício que este ministro deixou de apresentar, nem mesmo interesse ou desejo pessoal”, acrescentou.

A oitiva com Rosário era uma demanda antiga de alguns senadores da comissão, sobretudo dos governistas que queriam desviar o foco das investigações do governo federal para os estados. Contudo, o depoimento do ministro foi marcado após suspeitas de que ele teria prevaricado no caso da vacina indiana Covaxin.

Veja como foi a sessão:

O requerimento do senador Eduardo Girão (Podemos-CE) destaca que a CGU enviou à CPI informações com dados analíticos completos das 53 operações especiais integradas pela Controladoria que envolvem recursos federais destinados à pandemia da Covid-19 entre março de 2020 e abril de 2021.

Porém, o depoimento do ministro foi marcado após o lobista Marconny Ribeiro Faria, que trabalhou para a Precisa, afirmar, em depoimento à comissão na última quarta-feira (15/9), que a CGU realizou operação de busca e apreensão na casa dele em outubro de 2020.

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Ministro da CGU, Wagner Rosário, na CPI da Covid-19
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O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), mostrou-se indignado porque, mesmo com informações, Rosário não teria impedido irregularidades no Ministério da Saúde.

O parlamentar pediu que o relator Renan Calheiros (MDB-AL) incluísse o ministro no relatório final da comissão como investigado por prevaricação. No mesmo dia, Rosário rebateu Aziz, dizendo que “calúnia é crime” e que estava ansioso pela convocação.

A negociação do imunizante pela Precisa Medicamentos, como intermediária do laboratório indiano Bharat Biotech, com o Ministério da Saúde está envolto de irregularidades. Após as denúncias virem à tona, o governo cancelou o contrato.

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