CPI da Covid aprova quebra dos sigilos de Pazuello e Ernesto Araújo
Senadores também estenderam a aplicação da medida ao assessor Filipe Martins, ao empresário Carlos Wizard e ao virologista Paolo Zanotto
atualizado
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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid votou e aprovou, nesta quinta-feira (10/6), a quebra dos sigilos telemático e telefônico dos ex-ministros Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, e Eduardo Pazuello, da Saúde.
Os senadores também estenderam a aplicação da medida ao assessor internacional da Presidência da República, Filipe Martins; ao empresário Carlos Wizard; ao virologista Paolo Zanotto.
Em vídeo publicado com exclusividade pelo Metrópoles, Zanotto sugere ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a criação de um gabinete paralelo para orientar o governo na condução da pandemia.
Mayra Pinheiro, secretária do Ministério da Saúde, também teve a quebra de sigilo aprovada pelo colegiado.
Os requerimentos miram a atuação do governo federal no processo de aquisição de vacinas e tentam identificar como operava e quem integrava o chamado “gabinete paralelo” — grupo que prestava assessoramento alternativo ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre medidas de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.
Parte dos requerimentos de quebra de sigilo aprovados pela comissão nesta sessão tem, como alvo, depoentes do colegiado ou pessoas que foram citadas durante as oitivas, com participação em episódios investigados pela CPI.
Confira a lista:
- Filipe Martins, assessor especial da Presidência da República;
- Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores;
- Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde;
- Carlos Wizard, empresário;
- Paolo Zanotto, virologista;
- Túlio Silveira, representante da Precisa Medicamentos;
- Marcellus Campelo, secretário de Saúde do Governo do Amazonas;
- Luciano Dias Azevedo, tenente-médico da Marinha do Brasil;
- Hélio Angotti Neto, secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, do Ministério da Saúde;
- Francisco Ferreira Filho, coordenador do Comitê da Crise do Amazonas;
- Francieli Fontinato, coordenadora do Plano Nacional de Imunização (PNI);
- Antônio Elcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde; e
- Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, do Ministério da Saúde;
- Zoser Hardman, ex-assessor especial do Ministério da Saúde;
- Flávio Werneck, ex-assessor de Relações Internacionais do Ministério da Saúde;
- Camile Giaretta Sachetti, ex-diretora do departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde;
- Arnaldo Correia de Medeiros, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde;
- Alexandre Figueiredo Costa e Silva Marques, auditor do Tribunal de Contas da União (TCU).
Depoimento de Wilson Lima
Na sessão desta quinta-feira, os senadores tinham a expectativa de ouvir o governador do Amazonas, Wilson Lima, mas um habeas corpus concedido pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), permitiu que o político faltasse à oitiva.
Ao abrir os trabalhos, o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), comunicou que vai recorrer do habeas corpus.
“Não faço prejulgamento de ninguém. Governador, vossa excelência perde uma oportunidade gigante na sua vida – não só como homem público, mas também como pessoa – de explicar, de fato, quem são os responsáveis pelas omissões que aconteceram com o nosso povo, com o meu povo e com o seu povo, que governa esse estado”, disse.
Insatisfação
Após o encerramento da sessão, o grupo majoritário da comissão, o chamado “G7”, esteve reunido no gabinete de Omar Aziz para discutir os requerimentos aprovados nesta quinta e traçar as próximas estratégias.
No encontro, parte dos senadores que compõe o grupo reclamou do número de quebras de sigilo apreciadas em plenário. No entendimento, o montante de requerimentos pautados foi abaixo do esperado.
Os senadores também preferiram, neste momento, aguardar o andamento das investigações e o recebimento de novas informações para decidir sobre a quebra de sigilo da médica Nise Yamaguchi, apontada como membro atuante do “gabinete paralelo”.