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CPI da Covid aprova convocação de Queiroga e ex-ministros. Veja lista

Base aliada do governo federal no Senado tentou travar o andamento da sessão, irritando o comando do colegiado

atualizado

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Edilson Rodrigues/Agência Senado
CPI da Covid
1 de 1 CPI da Covid - Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Senadores que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid definiram, nesta quinta-feira (29/4), o plano de trabalho que pautará o colegiado na próxima semana. Durante a sessão, os membros da CPI aprovaram a convocação dos ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), Nelson Teich e Eduardo Pazuello, além do atual chefe da pasta, o cardiologista Marcelo Queiroga.

Conforme aprovado pelos senadores, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello será ouvido na quarta-feira (5/5). O general esteve à frente da gestão do órgão por cerca de 10 meses, entre maio de 2020 e março de 2021, e saiu bastante criticado pela condução diante do cenário de pandemia.

Os depoimentos de Mandetta e Teich ocorrerão na terça-feira (4/5). Já o de Queiroga acontecerá na quinta-feira (6/5), mesmo dia em que o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, deverá falar também na comissão.

Confira como ficou o roteiro de convocações: 

  • Terça-feira (4/5): ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich;
  • Quarta-feira (5/5): ex-ministro Eduardo Pazuello;
  • Quinta-feira (6/5): ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres.

Votado e aprovado, o roteiro de convocações foi definido, na noite dessa quarta-feira (28/4), pelo comando do colegiado, que deverá se reunir, novamente, para estipular quem serão os nomes a prestar esclarecimentos entre os dias 10 e 12 de maio.

Todas as convocações ocorrerão na forma de testemunha. Trata-se de estratégia do comando da CPI para evitar que os depoentes façam uso do direito de permanecer em silêncio durante as oitivas da comissão.

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Teich assumiu a pasta da Saúde após demissão de Mandetta
Ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta
O depoimento de Eduardo Pazuello estava previsto para ocorrer no último dia 5, mas foi adiado para 19 de maio
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Teich assumiu a pasta da Saúde após demissão de Mandetta

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O depoimento de Eduardo Pazuello estava previsto para ocorrer no último dia 5, mas foi adiado para 19 de maio

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Obstrução

Líder do Democratas no Senado, Marcos Rogério (RO) apresentou questão de ordem cobrando que os depoimentos de testemunhas realizados no âmbito da comissão parlamentar de inquérito fossem feitos de forma presencial.

O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e o senador Rogério Carvalho (PT-SE) rebateram a questão de ordem do líder do DEM, sustentando que a própria Justiça tem realizado oitivas de forma virtual.

As investidas para travar os trabalhos do colegiado irritaram o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL). “Evidente que esta é uma comissão democrática, regimental e plural. Estamos diante de uma evidente obstrução. Essa CPI era para ter sido instalada em fevereiro, tivemos que conquistar a instalação no Supremo Tribunal Federal”, disparou.

O relator criticou a base aliada do governo na comissão, que chamou de “tropa de choque”. “Já conheci muitas tropas de choque, mas essa é a primeira que recebe, por meio eletrônico, requerimentos feitos pelo governo, para ficar aqui registrado. É falta de sensibilidade querer discutir como vai ser um depoimento que ocorrerá só na terça-feira [4/5]. Deixa a comissão trabalhar”, assinalou.

Após as discussões entre os senadores, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), indeferiu a questão de ordem. “Contribua para que a gente possa trabalhar, tenha de mim a certeza de que teremos o melhor equilíbrio para que façamos o melhor para o Brasil”, afirmou, dirigindo-se ao senador Marcos Rogério (DEM-RO), autor do pedido.

Requerimentos

Até a manhã desta quinta-feira, mais de 280 requerimentos já foram apresentados. Há pedidos de convocação de outros ministros do governo: Paulo Guedes (Economia), Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovações) e Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União).

Senadores também pedem a convocação de ex-auxiliares, como Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores, e Fabio Wajngarten, ex-secretário especial de Comunicação Social da Presidência da República.

Ernesto Araújo deve ser ouvido sobre o processo de aquisição de insumos e vacinas no mercado internacional quando comandava o Itamaraty. Já Wajngarten pode prestar esclarecimentos sobre entrevista que concedeu à revista Veja na qual afirmou que houve “incompetência” e “ineficiência” de gestores do Ministério da Saúde para negociar a compra de imunizantes.

Há ainda um pedido para a convocação do ex-comandante do Exército Edson Pujol. Durante a gestão do general, o Laboratório do Exército intensificou a produção de cloroquina, medicamento sem eficácia comprovada contra a Covid-19.

Um requerimento à Presidência da República solicita informações sobre os deslocamentos de Bolsonaro pelo comércio de Brasília e entorno do Distrito Federal desde março do ano passado. Além de datas e locais frequentados, pede-se uma planilha com listagem de todas as autoridades envolvidas nas movimentações.

Estratégia governista

Senadores aliados ao Palácio do Planalto apresentaram requerimentos de convocação e pedidos de informação para apurar supostos desvios de recursos repassados pela União a estados e municípios.

Entre as autoridades que podem ser convocadas, estão representantes do Fórum dos Governadores e do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, além do prefeito de Manaus (AM), David Almeida, e do secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo.

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