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Empresa cometeu crime ao defender “tratamento precoce”, diz Aziz

CPI colheu depoimento de Jailton Batista, diretor-executivo da Vitamedic Indústria, que produz a ivermectina

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Jefferson Rudy/Agência Senado
Jailton Batista_CPI da Covid
1 de 1 Jailton Batista_CPI da Covid - Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, o diretor-executivo da Vitamedic Indústria Farmacêutica, Jailton Batista, afirmou, nesta quarta-feira (11/8), que a empresa não vendeu ao governo federal ivermectina. O medicamento faz parte do chamado Kit Covid, com remédios ineficazes contra a Covid-19.

A empresa representada por Batista é produtora de ivermectina, cuja venda resultou em grande lucro durante a pandemia. O laboratório patrocionou um manifesto da Associação Médicos pela Vida que defendia remédios sem comprovação de eficácia contra a Covid-19, o que foi duramente criticado pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM).

O parlamentar afirmou que a empresa não agiu por falta de conhecimento, mas de maneira deliberada, e, portanto, teria cometido crime.

“Esse manifesto é do dia 16 de fevereiro e ele também foi publicado no dia 23 e 24 de fevereiro de 2021, depois do caos que tinha acontecido em Manaus. Eles já sabiam, por experiência na cidade de Manaus, que isso não funcionava. Mesmo assim os médicos assinam o manifesto depois do caos de Manaus, que foi conhecido não foi pelos brasileiros, não, foi pelo mundo”, declarou o parlamentar.

“Se isso não for crime, não tem mais nenhum crime para a gente investigar aqui nesta CPI. Não foi falta de conhecimento”, acrescentou.

Veja como foi: 

Com base em dados enviados pela empresa à CPI, a venda da droga saltou de 5.707.023 comprimidos em 2019 para 75.272.293 no ano passado, o que corresponde a um aumento de 1.229%. O preço médio da caixa com 500 comprimidos subiu de R$ 73,87 para R$ 240,90, um incremento de 226%.

Ademais, a publicidade relacionada ao fármaco saiu de R$ 0 em 2019 para R$ 12 mil em 2020 e atingiu R$ 39 mil entre janeiro e maio deste ano. O que representa um aumento de 225% entre 2020 e 2021.

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Diretor-executivo da Vitamedic, Jailton Batista, na CPI da Covid-19
Diretor-executivo da Vitamedic, Jailton Batista, na CPI da Covid-19
Presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz, e o relator Renan Calheiros
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Presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz, e o relator Renan Calheiros

Jefferson Rudy/Agência Senado

O representante da farmacêutica negou que a empresa tenha vendido comprimidos de ivermectina ao Ministério da Saúde. “Não vendemos nenhum comprido de ivermectina para o governo federal, para o Ministério da Saúde”, enfatizou.

Ele relatou, porém, que a companhia negociou a venda direta com o governo de Mato Grosso. Foram vendidas 350 mil unidades do medicamento ao estado. A empresa também negociou a venda de 1.127.000 unidades a municípios brasileiros.

Batista esmiuçou o faturamento da farmacêutica com a venda de medicamentos ineficazes contra Covid-19 durante a pandemia. Segundo o CEO, houve um crescimento de 600% na venda dos remédios sem eficácia, levando o faturamento da empresa a saltar de R$ 200 milhões, em 2019, para R$ 554 milhões no ano passado. Só neste ano, a companhia já lucrou mais de R$ 300 mihões.

Requerimento

O requerimento original, contudo, convocava o empresário José Alves Filho, mas ele, em ofício enviado à comissão, argumentou que, como acionista da Vitamedic, poderia responder apenas sobre “investimentos fabris e novas aquisições”. Ele então sugeriu que a CPI ouvisse Batista, a quem caberia “a administração das rotinas diárias” da empresa.

Alves Filho, porém, já teve os sigilos telefônico, telemático, fiscal e bancário quebrados pela CPI. O empresário recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas teve a liminar negada pela ministra Rosa Weber.

Segundo a ministra, o propósito público de esclarecer o impacto das atividades por ele desenvolvidas e o relacionamento com o presidente da República prevalecem sobre o direito à intimidade.

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