Sessão da CPI é suspensa nesta quinta para votação da MP da Eletrobras
Expectativa era ouvir o depoimento do auditor do TCU Alexandre Marques, que fez um relatório “paralelo” sobre mortes por Covid no Brasil
atualizado
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A CPI da Covid abriu sessão marcada que ouviria o depoimento do auditor Alexandre Marques (foto em destaque), do Tribunal de Contas da União (TCU). O servidor foi convocado para prestar esclarecimentos sobre um “estudo paralelo” usado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para questionar o número de mortes por Covid-19 no Brasil no ano passado, o que foi desmentido pelo próprio tribunal.
Após abrir os trabalhos, o senador Omar Aziz (PSD-AM) informou que a sessão seria suspensa devido à votação no plenário do Senado da MP da Eletrobras, marcada para as 10h. Com isso, o depoimento do auditor do TCU será adiado.
A oitiva de Marques decorre de um “Plano B” do comando do colegiado, que já dava como certa a não ida de Carlos Wizard à comissão. Conforme previsto, o empresário se absteve de depor mesmo após ter sido intimado a comparecer.
Ao iniciar a sessão, o presidente Omar Aziz pediu à Polícia Federal que retenha o passaporte do empresário. Ele era esperado para depor também nesta quinta-feira, mas está nos Estados Unidos e afirmou que não poderia comparecer.
Alexandre Marques tem o direito de ficar calado no depoimento, após o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), conceder, na noite dessa quarta-feira (16/6), um habeas corpus parcial. No entanto, o magistrado não atendeu ao pedido para que ele pudesse optar por não comparecer à oitiva.
Ao Metrópoles, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) afirmou que a ida do auditor do TCU ao colegiado tem um foco: saber quem pediu o relatório que coloca em dúvida o número de vítimas da Covid-19 no país. “Expectativa é saber quem pediu, porque ele se dispôs a criar uma fantasia, tirar o foco, criar uma mentira para alimentar uma prática fascista que está em curso no Brasil”, disse.
Omar Aziz, por sua vez, quer saber “em que o auditor se baseou”. “Ele preparou o relatório e poderá explicar à CPI de onde tirou aqueles números, qual foi a tese que ele usou para chegar ao número de óbitos na pandemia totalmente diferente daquilo que o Brasil está vendo”, ressaltou.
Em resposta ao estudo, o TCU afirmou que o documento se trata de uma “análise pessoal” de um servidor e abriu sindicância para apurar se houve alguma “inadequação de conduta funcional” no caso.
Além de ter que explicar o “estudo paralelo”, Marques será pressionado sobre sua relação com os filhos do presidente. O pai do auditor ganhou um cargo na Petrobras e já teria se reunido com Bolsonaro em três oportunidades. Essa relação também será alvo de questionamentos.