metropoles.com

Empresário diz que atuou como “facilitador” no Ministério da Saúde

Airton Cascavel presta depoimento à CPI da Covid nesta quinta-feira (5/8). O executivo é apontado como nº 2 informal de Eduardo Pazuello

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Airton Cascavel_CPI
1 de 1 Airton Cascavel_CPI - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O empresário Airton Antonio Soligo, conhecido como Airton Cascavel, que teria atuado informalmente como o “número dois” do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, depõe na CPI da Covid-19 nesta quinta-feira (5/8). Ao colegiado, ele afirmou que atuou como um “facilitador” da relação entre a pasta e autoridades e não fez nenhuma negociação.

“Não atuei em nenhuma das negociações [do Ministério]. Fiz apenas as interlocuções políticas, negociação zero”, afirmou.

O executivo teria participado de agendas públicas e reuniões administrativas com o ex-ministro, exercendo influência sobre decisões da pasta. Após a informalidade vir à tona, Pazuello o nomeou como assessor especial, cargo ocupado de junho de 2020 a março de 2021.

Cascavel era apontado por gestores estaduais e municipais como o “ministro de fato” da pasta, por ser quem resolvia muitas das questões burocráticas e logísticas do ministério.

Assista:

Cascavel contou que conheceu o general Eduardo Pazuello na Operação Acolhida, em Roraima, e o contato com o militar o levou a ser convidado para trabalhar no Ministério da Saúde.

“Recebi um telefonema dele [Pazuello] me convidando para uma missão e que precisava de alguém que tivesse conhecimento e articulação política. Disse: ‘Posso dar um pulo e ver no que posso ajudar'”.

O empresário afirmou que o passado político o credenciou para ajudar Pazuello na pasta. O empresário também explicou o motivo que o levou a trabalhar informalmente como número 2 do ministério. “Há um fato que atrapalha a minha nomeação: não tinha pedido o afastamento da minha empresa e os cartórios estavam fechados nessa época, aí demorou. Não sei o porquê, mas ainda houve uma rejeição ao meu nome na Casa Civil. A minha nomeação só vem a sair no dia 24 de maio”, relatou.

8 imagens
Ex-assessor do Ministério da Saúde Airton Cascavel na CPI da Covid-19
Ex-assessor do Ministério da Saúde Airton Cascavel na CPI da Covid-19
Ex-assessor do Ministério da Saúde Airton Cascavel na CPI da Covid-19
Ex-assessor do Ministério da Saúde Airton Cascavel na CPI da Covid-19
Ex-assessor do Ministério da Saúde Airton Cascavel na CPI da Covid-19
1 de 8

Ex-assessor do Ministério da Saúde Airton Cascavel na CPI da Covid-19

Rafaela Felicciano/Metrópoles
2 de 8

Ex-assessor do Ministério da Saúde Airton Cascavel na CPI da Covid-19

Rafaela Felicciano/Metrópoles
3 de 8

Ex-assessor do Ministério da Saúde Airton Cascavel na CPI da Covid-19

Rafaela Felicciano/Metrópoles
4 de 8

Ex-assessor do Ministério da Saúde Airton Cascavel na CPI da Covid-19

Rafaela Felicciano/Metrópoles
5 de 8

Ex-assessor do Ministério da Saúde Airton Cascavel na CPI da Covid-19

Jefferson Rudy/Agência Senado
6 de 8

Ex-assessor do Ministério da Saúde Airton Cascavel na CPI da Covid-19

Rafaela Felicciano/Metrópoles
7 de 8

Ex-assessor do Ministério da Saúde Airton Cascavel na CPI da Covid-19

Jefferson Rudy/Agência Senado
8 de 8

Ex-assessor do Ministério da Saúde Airton Cascavel na CPI da Covid-19

Jefferson Rudy/Agência Senado
Requerimento

O requerimento do vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), destacou que, durante a gestão Pazuello, Cascavel teve papel preponderante e citou que o Brasil presenciou o colapso dos sistemas de saúde nesse período

Após ser exonerado da pasta, Cascavel assumiu, em 3 de maio deste ano, a Secretaria de Saúde de Roraima — na gestão do governador bolsonarista Antonio Denarium —, mas deixou o cargo em 20 de julho, alegando ter sido reinfectado pela Covid-19 e ter comorbidades.

Contudo, dias antes, a Procuradoria da República no Distrito Federal apresentou à CPI da Covid uma notícia de fato contra Pazuello para investigar a atuação de Cascavel mesmo sem vínculo com o governo federal.

Cascavel foi deputado federal pelo PPB (atual Progressistas) por Roraima (1999-2002), estado no qual é empresário do ramo de transporte e de turismo. Ele foi candidato à Câmara dos Deputados em 2018, pelo Republicanos, mas não recebeu votos suficientes.

Habeas corpus

O empresário chega ao depoimento amparado por um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF), que lhe concede o direito ao silêncio em situações que o incriminem.

Contudo, em decisão proferida no último dia 13 de julho, o presidente do STF, Luiz Fux, destacou que cabe ao depoente o direito de avaliar o que pode ou não autoincriminá-lo e cabe à CPI da Covid decidir se ele abusa ou não do direito fundamental e, portanto, poderá adotar as providências que julgar cabíveis.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?