Covid: Guedes admite que governo apostou na imunidade de rebanho
Ministro da Economia afirmou que a teoria foi levantada pelo ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta
atualizado
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu, nesta sexta-feira (25/6), em audiência na Comissão Externa da Covid-19 no Senado, que o governo federal apostou na imunidade de rebanho e destacou que a ideia foi popularizada pelo ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta.
“O primeiro ministro da Saúde que tivemos popularizou dentro do governo a teoria [da imunidade de rebanho], que foi exposta para nós e nós acreditamos. E vimos acontecer. Ele estava certo. Ele falou março, abril e maio ela [a curva de contágio da Covid-19] sobe forte, então, temos que fazer distanciamento social, porque, com distanciamento, ela não sobe verticalmente, sobe devagar e dará tempo de criar a imunidade de rebanho aos poucos. Porque se pegar em todo mundo ao mesmo tempo explode a capacidade hospitalar”, declarou Guedes.
“Não se falou em barreira sanitária, testagem em massa, vacinas, nada. A ideia foi vamos aos poucos porque, se for todo mundo ao mesmo tempo, explode a capacidade hospitalar”, acrescentou.
Em audiência no Senado, Paulo Guedes diz que governo teve a imunidade de rebanho como orientação geral. “Foi a teoria que nós acreditamos”.
Segundo o ministro da economia, ideia foi difundida pelo ex-ministro @lhmandetta, demitido em Abril de 2020.
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— Metrópoles (de 🏠) (@Metropoles) June 25, 2021
A imunidade de rebanho é a ideia de deixar a população se contaminar livremente para supostamente obter a imunidade. A teoria, todavia, é rechaçada por cientistas e acadêmicos.
Mandetta, que foi demitido em abril de 2020, e Guedes já trocaram publicamente algumas farpas. Em depoimento à CPI da Covid, Mandetta afirmou que o ministro da Economia é “desonesto intelectualmente” e “pequeno” para o cargo que ocupa.
Senadores da CPI da Covid já diziam acreditar que essa era a tese que o governo adotou no enfrentamento da pandemia da Covid-19 e, por isso, recusou diversas ofertas de vacinas. Depoentes governistas, por outro lado, rechaçaram que isso ocorreu.