Covid-19: oposição quer que números dos estados sejam repassados à Câmara
Ministério da Saúde atrasou a divulgação dos dados: o que ocorria até, no máximo, 19h, passou a ser divulgado depois das 22h
atualizado
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Para driblar o atraso na divulgação de dados do coronavírus pelo Ministério da Saúde, o líder da oposição na Câmara dos Deputados, deputado André Figueiredo (PDT-CE), apresentará nesta segunda-feira (08/06) um projeto de lei para determinar que os números de contaminados e mortos pela Covid-19 sejam repassados pelas secretarias estaduais à Câmara dos Deputados ao mesmo tempo em que são enviados ao governo federal.
Figueiredo disse que a ideia é que o parlamento divulgue os dados com rapidez. Nos últimos dias, o Ministério da Saúde atrasou o anúncio dos números. O que ocorria até, no máximo, 19h, passou a ser divulgado depois das 22h, por ordem do presidente Jair Bolsonaro.
O próprio presidente chegou a dizer que “acabou a matéria no Jornal Nacional“, referindo-se à impossibilidade de a informação ser dada durante o programa da TV Globo.
“Vamos sistematizar os dados pelo parlamento e daremos a publicidade que o governo não quer dar”, afirmou Figueiredo. “A transparência é um dever do poder público e o presidente da República vem tratando com desdém o sofrimento de 35 mil famílias que perderam entes para o coronavírus”.
Divulgação clara
O deputado disse que números acumulados de casos e mortes pelo coronavírus também deverão ser divulgados pelos deputados. O Ministério da Saúde deixou de divulgar os dados somados. “Temos que divulgar da maneira mais clara para a população”, completou.
Figueiredo condenou ainda a fala do secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Wizard, que disse que o órgão vai recontar o número de mortos no Brasil vítimas do coronavírus porque os dados atuais seriam manipulados pelos estados e municípios.
“Infelizmente, o governo federal quer desvirtuar um sofrimento notório. Isso mostra a irresponsabilidade com que o governo vem tratando essa pandemia. Se existem números equivocados, com certeza é para baixo”, afirmou.