Covid-19: com mais de 1 milhão de casos, Bolsonaro volta a minimizar doença
Brasil ultrapassou marca nesta sexta-feira (19/06) e está atrás apenas dos Estados Unidos. País tem quase 49 mil mortes
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a minimizar a pandemia da Covid-19 nesta sexta-feira (19/06), mesmo dia em que o Brasil ultrapassou a marca de 1 milhão de casos registrados em decorrência da doença. Além disso, o país registra quase 49 mil mortes.
Ao falar com apoiadores que o aguardavam no gramado do Palácio da Alvorada, no fim da tarde desta sexta, Bolsonaro voltou a citar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou que cabe aos estados e municípios determinar medidas de prevenção contra a pandemia de coronavírus.
“Se dependesse de mim – mas o Supremo disse que são os governadores que fazem esta política – não teria o pessoal parado de trabalhar, não. Quem tem idade de 40 pra baixo, se pegar, a chance de pegar algo grave é ínfima”, disse o presidente. Ele não falou nada da marca de 1 milhão ultrapassada no dia.
Uma apoiadora disse a Bolsonaro que familiares que residem junto a ela foram infectadas, mas ela, não. “Pode até ter pego e não sabe. Quase 90% não sente quase nada, nem sintoma de gripe tem”, respondeu o presidente.
Segundo o boletim epidemiológico mais recente divulgado pelo Ministério da Saúde, no entanto, a Covid-19 já matou 2.410 pessoas e infectou outras 17.881 brasileiros com menos de 40 anos. Os números são um compilado de informações desde quando o vírus chegou ao Brasil até o último sábado (13/06), quando o país registrava 850.514 casos confirmados e 42.720 mortes por coronavírus.
Desde o início da crise do coronavírus, o presidente dá seguidas declarações nas quais diminui ou subestima o perigo que a pandemia representa. No fim de abril, por exemplo, ao ser questionado sobre o fato de o Brasil ter superado a China no número de mortos por Covid-19, Bolsonaro respondeu: “E daí? Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”, disse, em referência ao seu segundo nome.
No início de março, o presidente sustentou que o isolamento e o distanciamento social, defendidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo próprio Ministério da Saúde, não estão funcionando para achatar a curva de mortos e infectados, mas “servindo só para matar o comércio”.
Essa foi a primeira vez que o presidente parou para falar com os apoiadores na portaria da residência oficial desde quarta-feira (17/06). Na quinta (18/06), ocorreu a operação que prendeu Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), na quarta-feira. Apesar disso, assim como o número de casos de Covid-19 no país, o tema não foi tratado entre Bolsonaro e apoiadores.
Nessa quinta, durante transmissão ao vivo nas redes sociais, o presidente Bolsonaro comentou a operação contra Queiroz e disse a prisão foi “espetaculosa” e ressaltou que o ex-assessor de Flávio “não estava foragido”.