Covaxin: Renan afirma que governo cometeu “prevaricação de rebanho”
Ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello disse, em depoimento à PF, que não investigou a fundo as supostas irregularidades nas tratativas
atualizado
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O relator da CPI da Covid-19, Renan Calheiros (MDB-AL), classificou como “prevaricação de rebanho” o fato do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello ter dito, em depoimento à Polícia Federal, que não investigou a fundo as supostas irregularidades no processo de aquisição da Covaxin.
O senador afirmou que Pazuello mentiu ao colegiado e “confirmou que as graves ilegalidades da vacina superfaturada não foram investigadas”. “É o caso de prevaricação de rebanho”, enfatizou Calheiros em post no Twitter.
Pazuello, depõe, nesta quinta-feira (29/7), no âmbito do inquérito que investiga suposto crime de prevaricação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O depoimento teve início às 10h, na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília.
O inquérito investiga se Bolsonaro prevaricou durante as negociações para a aquisição da vacina indiana Covaxin. Segundo o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), o presidente da República foi informado, em 20 de março, sobre as suspeitas de contrato superfaturado e teria prometido mandar o caso para a Polícia Federal.
A investigação só foi aberta, contudo, em 30 de junho, após a denúncia ser publicamente divulgada. Líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) estaria envolvido no esquema.
Luis Miranda prestou depoimento na PF nessa terça-feira (27/7). Na saída, afirmou ter deixado o celular pessoal em posse dos investigadores para ser periciado. Segundo o deputado, as conversas demonstrariam a veracidade da versão contada por ele e o irmão, o servidor Luis Ricardo Miranda, que relatou ter sofrido “pressões atípicas” para dar celeridade nos tramites que envolvem o imunizante indiano.