Covaxin: CPI estuda declarar empresa Bharat Biotech inidônea no Brasil
A companhia indiana é a fabricante da vacina Covaxin, alvo de denúncias de irregularidades e investigada pela comissão
atualizado
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O vice-presidente da CPI da Covid-19, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), não descarta a possibilidade de o colegiado declarar a empresa Bharat Biotech inidônea no Brasil. A companhia indiana é a fabricante da vacina Covaxin, alvo de denúncias de irregularidades e investigada pela comissão.
O senador criticou o fato de a empresa estrangeira ainda não ter enviado à comissão os contratos firmados entre a companhia e a Precisa Medicamentos, intermediadora do negócio com o Ministério da Saúde.
“É importante ela [Bharat Biotech] vir a contribuir. Essa CPI pode declarar a empresa inidônea no Brasil. Eu acho que não é bom para os interesses comerciais indianos e desta empresa para com o Brasil se tiver uma deliberação no parecer final da CPI sentido”, explicou.
De acordo com Randolfe, a CPI já requisitou uma audiência com a Embaixada da Índia no Brasil e estuda adotar um acordo de cooperação internacional entre os países, mirando a negociata com a Bharat.
“Ter esse contrato é fundamental. Aliás, começamos a questionar se esse contrato de fato existiu, porque há tanta reticência das partes que esse contrato chegasse à CPI”, prosseguiu.
Paciência zero
Segundo o senador, os trabalhos da próxima semana serão destinados a ouvir representantes da Precisa e demais envolvidos no caso Covaxin.
Uma das oitivas pautadas na agenda do colegiado é o depoimento com o sócio da empresa, Francisco Maximiano, em sessão marcada para quinta-feira (19/8). “A data foi inclusive acertada pela CPI com a defesa dele e o senhor Maximiano”, enfatizou.
Ocorre, no entanto, que a defesa de Maximiano apresentou um novo pedido de habeas corpus junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que o empresário não compareça ao depoimento na data marcada. A movimentação dos advogados do investigado irritou o comando da CPI.
O senador afirma que “a paciência da CPI com Maximiano não existe mais”. “Ele fique convencido que não fugirá desta Comissão Parlamentar de Inquérito”, disse.
“O senhor Maximiano tem insistido em burlar esta Comissão Parlamentar de Inquérito, aliás a tolerância dessa CPI com o seu Maximiano já tá esgotada. Ele foi convocado em junho, viajou pra Índia para eventualmente apagar provas, reuniu com os outros investigados com a Bharat Biotech, disse que viria depois e não veio pela terceira vez. Ele tenta agora também burlar esta CPI”, completou.