Covas: “Questionar Butantan é questionar qualidade da saúde do Brasil”
Diretor Dimas Covas se disse decepcionado com o trato do governo federal em relação ao instituto
atualizado
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O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, se disse decepcionado com o trato do governo federal com a entidade e com a vacina Coronavac, desenvolvida em parceria com o laboratório chinês Sinovac. Segundo ele, questionar o Butantan significa questionar a qualidade da saúde pública brasileira.
“O Butantan faz vacinas e produtos da mais alta qualidade. É reconhecido internacionalmente. Questionar o Butantan significa questionar a qualidade da saúde pública brasileira”, declarou Covas à CPI da Covid nesta quinta-feira (27/5).
Covas criticou a campanha contrária ao instituto e destacou que a iniciativa trouxe prejuízos à imagem do Butantan, porém a resposta foi dada à altura das críticas, visto que a Coronavac foi a vacina que segurou o Programa Nacional de Imunização.
“Essa campanha nas redes sociais desqualificando a vacina e o Butantan trouxe prejuízos à imagem do Butantan. Obviamente que, quando começou, a vacina foi a primeira ser usada e sustentou o PNI, a imagem melhorou muito. Demos a resposta esperada pelo Butantan. Não saímos do trilho”, acrescentou.
A Coronavac é, atualmente, o imunizante mais usado no Brasil, segundo o Localiza SUS, plataforma do Ministério da Saúde, e representa a 65% das doses aplicadas no país.
Dimas Covas é o décimo depoente do colegiado. Antes dele, a comissão parlamentar ouviu a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro.
Os senadores ouviram os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello, além do atual chefe da Saúde, Marcelo Queiroga.
O ex-chanceler Ernesto Araújo, o gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten e o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, também prestaram depoimento.
A CPI da Covid-19 tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com a ausência de oxigênio, além de apurar possíveis irregularidades em repasses federais a estados e municípios.