Cotado para vice, Braga Netto deixa assessoria especial de Bolsonaro
General será substituído no posto por um nome já conhecido no governo e que foi exonerado por usar avião da FAB: José Vicente Santini
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) exonerou, a pedido, o general Walter Braga Netto (PL) do cargo de assessor especial do gabinete pessoal da Presidência da República. A saída foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (1º/7).
No lugar dele, vai assumir José Vicente Santini, que estava no cargo de secretário nacional de Justiça, posto vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. Ex-secretário adjunto da Casa Civil na gestão de Onyx Lorenzoni, Santini foi exonerado após usar um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para ir a uma reunião do Fórum Econômico Mundial.
Criticado por ter usado a aeronave, enquanto outras autoridades, como o ministro Paulo Guedes, voaram em aviões de carreira, ele ficou alguns meses afastado do governo federal, mas logo voltou.
Braga Netto havia sido exonerado do cargo de ministro da Defesa em março, junto a outros nove ministros que confirmaram publicamente a intenção de disputar cargos eletivos. Para ficar perto do presidente e ainda cumprir a legislação eleitoral, ele assumiu, então, outro cargo no governo.
Segundo a Lei das Inelegibilidades, ministros de Estado que desejem se candidatar a cargos públicos devem se afastar do posto até seis meses antes do pleito, ou seja, até o dia 2 de abril.
Já os demais servidores públicos podem se afastar mais perto das eleições, em até três meses antes do primeiro turno. Com isso, Braga Netto pode se manter no cargo e recebendo a remuneração integral até julho.
Braga Netto conseguiu se capitalizar para a vice de Bolsonaro mesmo com a pressão do Centrão, que insistia no nome da ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina. O presidente considera que o general é um seguro anti-impeachment em um eventual segundo mandato.
Intérprete de Libras também é exonerado
Fabiano Guimarães, intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras) do Palácio do Planalto, também deixou o cargo para cumprir a legislação eleitoral e se dedicar à pré-campanha para deputado federal pelo Distrito Federal. Ele está filiado ao Republicanos.
De intérprete de Libras a ex-Abin: bolsonarismo tenta renovação
Outros assessores também deixam os cargos nesta sexta: o ex-sargento do Batalhão de Operações Especiais (Bope) Max Guilherme e o ex-tenente do Exército Mosart Aragão. O primeiro deve concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados pelo Rio de Janeiro, enquanto o segundo deve se candidatar a deputado federal por São Paulo.
Também foi exonerado nesta sexta Tercio Arnaud Tomaz, conhecido como um dos integrantes do chamado “gabinete do ódio”, responsável pelas estratégias digitais do presidente. Tercio deverá sair a suplente de senador do advogado e empresário Bruno Roberto, filho do deputado federal paraibano Wellington Roberto – presidente estadual do PL e aliado de Bolsonaro.
Todas as saídas ocorrem “a pedido”, ou seja, por iniciativa dos próprios exonerados.