Cotado para Casa Civil, Ciro Nogueira já criticou Bolsonaro e elogiou Lula
O parlamentar é presidente nacional do PP e um dos principais nomes do Centrão, bloco criticado por membros do Palácio do Planalto
atualizado
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Na iminência de ocupar a Casa Civil do governo Jair Bolsonaro (sem partido), o senador Ciro Nogueira (PP-PI) é presidente nacional do PP e um dos principais nomes do Centrão. O parlamentar faz parte da tropa de choque governista na CPI da Covid-19, mas também já apoiou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os governos Dilma Rousseff e Michel Temer.
Nogueira, de 52 anos, é de uma família de políticos do Piauí. Ele foi eleito deputado federal em 1995 e se tornou senador na legislatura de 2011. Durante a campanha de reeleição ao Senado em 2018, não poupou elogios ao ex-presidente Lula. “Sou um dos milhões de brasileiros que são Lula. Sou Lula por reconhecimento e gratidão por tudo que ele fez pelo Nordeste e pelo Piauí em especial”, disse Nogueira, em vídeo de campanha.
O piauiense está, agora, ao lado de Jair Bolsonaro, a despeito da forma negativa pela qual membros do Palácio do Planalto se referem ao bloco de partidos que apoiam o presidente e do qual o parlamentar faz parte. Apesar da aliança, Nogueira já disse que Bolsonaro “tem um caráter fascista. Muito preconceituoso” em entrevista à TV Meio Norte, em 2017.
🚨Mais um cargo pro centrão.
O futuro Ministro-Chefe da Casa Civil do @jairbolsonaro, Ciro Nogueira, o chamou de FASCISTA e PRECONCEITUOSO dias desses.
Muuuu muuuu 🐂 pic.twitter.com/6VYfVObEfB
— Priscilla (@priscilllando) July 21, 2021
O senador é alvo de, ao menos, dois inquéritos referentes à Operação Lava Jato, com acusações de recebimento de recursos da JBS para que o PP apoiasse o governo de Dilma Rousseff e de recebimento de dinheiro ilegal da Odebrecht para campanhas eleitorais.
Em março passado, o senador teve um inquérito da Lava Jato arquivado pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) relativo a supostos esquemas de propina na Petrobras.
O parlamentar piauiense foi um dos padrinhos da indicação de Nunes Marques ao STF.
Família
Com a licença de Ciro Nogueira, quem assume a vaga no Senado é a mãe dele, Eliane Nogueira (PP-PI), 72 anos, como primeira suplente. A esposa de Ciro, Iracema Portela (PP-PI), é deputada federal.
O pai do senador, Ciro Nogueira Lima, foi deputado federal entre 1983 e 1987 e 1991 e 1995. O avô do senador, Manuel Nogueira Lima foi prefeito de Pedro II, exercendo o mandato de 1930 a 1934 e depois no período de 1963 a 1967. O tio Etevaldo Nogueira foi eleito deputado federal pelo Ceará.