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Negociações com Butantan não foram canceladas, diz Élcio Franco

Secretário-executivo de Eduardo Pazuello e braço direito do general frente ao comando do Ministério da Saúde presta depoimento à CPI

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1 de 1 Elcio Franco_CPI da Covid - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Senadores dão prosseguimento à agenda de trabalhos da CPI da Covid com o depoimento do braço direito do ex-ministro Eduardo Pazuello, o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Élcio Franco.

Franco trabalhou com Pazuello durante a gestão do militar na pasta, entre junho de 2020 e março de 2021. Ele encontrará um colegiado municiado com as falas de outros depoimentos, além de centenas de documentos de informação solicitados pelos senadores.

Acompanhe:

Aos senadores, Franco fez uma apresentação das ações da pasta durante a pandemia de Covid-19. Ele afirmou que o governo federal ficou limitado após o Supremo Tribunal Federal (STF) definir autonomia dos estados para atuar em medidas de combate ao coronavírus.

Apesar de defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e motivo de crítica por parte da classe médica, o ex-secretário afirmou à CPI que não houve compra de cloroquina durante a gestão de Pazuello. O remédio não tem eficácia comprovada contra a Covid.

“Por sugestão do general Pazuello, não ocorreu aquisição de cloroquina em 2020. Para malária, houve a assinatura com a Fiocruz [Fundação Oswaldo Cruz] para o ano posterior. Reitero que para a malária”, disse.

Sobre a compra de vacinas contra a Covid-19 pelo governo federal, o ex-secretário afirmou que as negociações com o Instituto Butantan não foram canceladas após Bolsonaro afirmar que não compraria a Coronovac, produzida em parceria com o laboratório chinês Sionovac.

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Ex-secretário executivo do Ministério da Saúde Elcio Franco na CPI da Covid
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CPI da Covid
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Senador Eduardo Girão na CPI da Covid

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Élcio afirmou que não entendeu a declaração de Bolsonaro como uma ordem. “Eu não entendi [ordem de Bolsonaro] como uma ordem ao ministério e prossegui com as negociações. Não consultei o ministro sobre esse aspecto e não tornei sem efeitos a carta de intenções de doses [a serem adquiridas] do Butantan”, afirmou.

“Não recebi ordem para interromper e elas [negociações] continuaram. As tratativas continuaram e o Instituto Butantan tinham meu telefone, em caso de dificuldade de comunicação, poderiam ter enviado mensagem por WhatsApp e conversado comigo”, completou.

Depoimento

Apesar da proximidade com Pazuello, o ex-secretário chega ao plenário da comissão em situação diferente do general. Franco não tem habeas corpus e, diante da desistência por uma nova convocação do ex-ministro, será confrontado sobre ações do antigo chefe antes e depois do período em que esteve no ministério.

Há expectativa pelo esclarecimento acerca dos procedimentos de compra e abastecimento de insumos para estados, demora nas negociações e aquisições de vacinas contra a Covid-19, crise no abastecimento do oxigênio hospitalar em Manaus, atuação do “ministério paralelo” e promoção de cloroquina, medicamento sem comprovação de eficácia para o tratamento da doença.

Agenda da semana

A oitiva do ex-secretário-executivo estava prevista para o último dia 23 de maio, mas, como ele se tratava da Covid-19, o depoimento foi remarcado para esta quarta-feira, um dia após o do atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Antes de Franco, o colegiado ouviu, pela segunda vez, o depoimento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. A agenda da semana da CPI da Covid ainda terá a presença do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC).

Há, contudo, a possibilidade de que a ida de Lima à comissão seja frustrada. No fim dessa terça (8/6), a defesa do governador acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para que ele não deponha ao colegiado. A relatora do habeas corpus é a ministra Rosa Weber.

Na sexta (11/6), os senadores ouvem o médico sanitarista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e ex-Presidente da Anvisa Cláudio Maierovitch e a pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) Natalia Pasternak.

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