Coronavírus: Mourão defende isolamento e distanciamento social
Nessa terça-feira (24/03), o presidente Jair Bolsonaro defendeu o encerramento do que chamou de “confinamento em massa”
atualizado
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Após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defender, em discurso, a “volta à normalidade” e o “fim do confinamento em massa” como medida de prevenção ao novo coronavírus, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), afirmou nesta quarta-feira (25/03) que o chefe do Executivo pode ter se expressado de uma forma que “não foi a melhor”.
Durante entrevista coletiva para apresentar ações do Conselho da Amazônia, Mourão defendeu que a posição do governo “continua” sendo a de isolamento e distanciamento social, como orienta a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde.
“A posição do nosso governo por enquanto é uma só. A posição do governo é o isolamento e distanciamento social. Está sendo discutido, e ontem [terça-feira] o presidente buscou colocar e pode ser que ele tenha se expressado de uma forma que, digamos assim, não foi a melhor”, disse Mourão.
Segundo o vice-presidente, Bolsonaro buscou demonstrar preocupação com a situação. “O que ele buscou colocar foi essa preocupação que todos nós temos com a segunda onda do que se chama essa questão do coronavírus. A primeira é a saúde, a segunda é a questão econômica”, acrescentou.
“Ele tem essa preocupação enorme com a economia e com as consequências que as pessoas que vivem nas áreas mais pobres do nosso país, apesar de o governo dar R$ 100, R$ 200, R$ 300 de auxílio, mas ela [a pessoa] chegar no supermercado e não ter o que comprar, porque não tá sendo produzido nada. Essa foi a preocupação dele.”
Isolamento vertical e horizontal
Durante a coletiva, Mourão ainda foi questionado sobre qual forma de isolamento ele defende. Atualmente, há dois modelos para combater o avanço do coronavírus: o isolamento horizontal e o isolamento vertical.
O primeiro diz respeito a isolar toda a população para evitar que ela seja exposta ao vírus. No modelo vertical, deixa-se apenas idosos, pessoas com comorbidades preexistentes e indivíduos infectados ou com sintomas causados pelo novo coronavírus fora das atividades de suas comunidades.
O vice-presidente evitou se posicionar sobre qual dos dois ele considera o mais indicado, mas disse que, no seu entendimento, é preciso “terminar este período de 14 dias de isolamento para que haja uma calibragem da forma como está avançando a epidemia dentro do nosso país e, a partir daí, gradativamente, ir liberando as pessoas dentro das atividades consideradas essenciais para a vida vegetativa do país prossiga”.