Coronavírus: “Está autorizado o uso da hidroxicloroquina”, diz Bolsonaro
Presidente recomenda que pacientes acometidos pela doença, que estejam sendo atendidos em unidades de saúde do SUS, peçam pela droga
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, nesta terça-feira, que está permitido o uso da hidroxicloroquina no combate ao coronavírus. “Conversei com o ministro da Saúde hoje, está autorizado o uso da hidroxicloroquina. Quem tive um parente acometido no hospital faça a solicitação para ser tratado dessa forma”, disse o presidente, que cita a interpretação do Conselho Federal de Medicina (CFM) diante do tema.
Em abril, porém, após uma reunião com o presidente, o CFM disse que não recomenda o uso da hidroxicloroquina para pacientes em tratamento de Covid-19. O órgão liberou, no entanto, que médicos receitem o medicamento em três casos específicos:
Quando o paciente está em estado crítico, internado em terapia intensiva, com lesão pulmonar estabelecida; quando o paciente, com sintomas de coronavírus, chega ao hospital; quando o paciente tem sintomas leves, parecidos com o da gripe comum.
“O Conselho Federal de Medicina não recomenda o uso da hidroxicloroquina. O que estamos fazendo é dando ao médico brasileiro o direito de, junto com seu paciente, em decisão compartilhada com seu paciente, utilizar essa droga. Uma autorização. Não é recomendação”, disse o presidente do CFM, Mauro Luiz de Britto Ribeiro, na ocasião.
Nessa segunda-feira (11/05), o presidente tornou a se manifestar sobre o uso da droga, apesar de assumir a falta de estudos científicos que comprovem a eficácia do medicamento no combate à Covid-19.
Na ocasião, o mandatário da República afirmou que alguns governadores estão dificultando o acesso ao medicamento – 0 fármaco ainda não tem eficácia comprovada e pode provocar uma série de efeitos colaterais.
“Tem estado que não está aceitando, tá dificultando. Tem a cloroquina nas farmácias aqui em Brasília, em alguns estados não. Nós vamos tentar correr atrás para saber por que não tem”, disse o presidente a um apoiador, que o cobrava sobre o fato de o ministro da Saúde, Nelson Teich, não ter endossado o uso da hidroxicloroquina.
Também nesta terça, por meio do Twitter, o ministro da Saúde afirmou que os pacientes com receita médica para o uso da cloroquina no tratamento da Covid-19 devem entender os riscos associados ao medicamento e assinar um termo de consentimento.
“Um alerta importante: a cloroquina é um medicamento com efeitos colaterais. Então, qualquer prescrição deve ser feita com base em avaliação médica. O paciente deve entender os riscos e assinar o ‘termo de consentimento’ antes de iniciar o uso da cloroquina”, escreveu Teich.