Coronavírus: Economia confirma caso; servidores pedem home office
Houve também um funcionário afastado como suspeito da doença. Pasta trata casos como “isolados” e refuta teletrabalho
atualizado
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, testou negativo para o novo coronavírus. A sua pasta, porém, teve ao menos um caso confirmado e outro sob suspeita da doença. A revelação, à qual o Metrópoles teve acesso, foi encaminhada pela coordenadora-geral de gestão de pessoas Danielle Calazans na semana passada aos gestores do ministério, mas não foi divulgada a todos os servidores.
“Informo que esta SGC tomou conhecimento de mais 2 casos, um confirmado e um suspeito, de COVID-19 no âmbito desse ME”, destacou Danielle em mensagem enviada por WhatsApp para os gestores. Veja a mensagem abaixo.
Os casos de coronavírus, ela destacou, ocorreram no bloco F, que é o anexo do ministério. “Por esse mesmo motivo, o túnel que liga o Bloco F Sede ao seu Anexo permanecerá fechado no mesmo período”, destacou.
A limpeza do local ocorre entre esta segunda e a quarta-feira. Após a limpeza, os funcionários terão que voltar ao trabalho. Alguns servidores de outros blocos, inclusive do Bloco P, onde funciona o gabinete do ministro, que circulam entre uma unidade de outra, não foram dispensados.
Além do medo de contrair a doença, ou de levar para seus familiares o vírus, servidores da pasta relataram ao Metrópoles apreensão por não terem acesso aberto às informações precisas sobre o estado de saúde dos colegas. O clima é de incerteza sobre que cuidados tomar para se manter saudável.
“Dizem que são duas secretárias contaminadas. A gente não sabe quem são ou o grau de contato que, por ventura, tivemos com elas”, disse uma servidora da pasta.
Discriminação
Servidores reclamam ainda de que as informações sobre os doentes somente circularam entre os gestores e que não chegaram a ser informados do problema para se prevenirem.
De acordo com servidores, as pessoas que trabalham no gabinete de Guedes já foram autorizados a trabalharem de casa. No entanto, essa postura não se reproduziu em todas as demais secretarias.
Expediente
Nesta segunda-feira (23/03) continuavam tendo que ir para a pasta os servidores atuam em secretarias especiais que funcionam no Bloco K, por exemplo. Nesta unidade, funcionam as secretarias de Desestatização, Desenvolvimento e Mercados do Ministério da Economia, sob o comando de Salim Mattar.
Também eram demandados a prestar seus serviços presencialmente funcionários das Secretarias de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, sob o comando de Paulo Uebel.
Até o momento, só foram autorizados a ficar em casa servidores que retornaram de viagens ao exterior, que apresentaram sintomas devidamente atestados por médicos e ainda os que tem mais de 60 anos.
“Casos isolados”
Na contramão das indicações do Ministério da Saúde, o pasta informou tratar as ocorrências como “casos isolados”, em meio à pandemia de coronavírus que já chegou ao país e registra 1.546 casos confirmados e 25 mortes em todo país.
“Esclarecemos que foram 02 casos identificados como isolados identificados e notificados no ed. anexo Bloco F, sendo um suspeito e outro confirmado”, informou a pasta em nota enviada ao Metrópoles.
“A notificação foi feita pelos gestores responsáveis colaboradores às autoridades internas competentes. Acerca das providências, informamos que os referidos colaboradores já estão afastados de suas funções e aqueles que tiveram contato irão trabalhar remotamente”, enfatizou a assessoria de comunicação do órgão.
A pasta informou ainda que os servidores identificados com a doença foram afastados como medida de segurança para os demais e que o surgimento de novos casos estão sendo monitorados. “Todavia, por cautela, as atividades nas unidades localizadas no prédio ficarão suspensas temporariamente para que seja realizada a higienização completa da área. Essa medida preventiva visa garantir a saúde e segurança de todos”.
“Ressaltamos que a situação dos casos de COVID-19 no Ministério da Economia estão sendo monitoradas diuturnamente para que todas as providências cabíveis sejam tomadas de forma transparente e célere, tendo em vista sempre a garantia da saúde e segurança de todos”, destaca a nota enviada pela assessoria de Comunicação Social do Ministério da Economia.