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Coronavírus: Bia Kicis diz que ato de domingo no DF está mantido

Deputada federal rejeita cancelar manifestação mesmo com decreto do governador do DF proibindo eventos com mais de 100 pessoas

atualizado

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A deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) afirmou, na noite desta quarta-feira (11/03), que a manifestação de apoio ao presidente Jair Bolsonaro marcada para domingo (15/03) não será cancelada em Brasília, mesmo depois de o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), decretar a suspensão de eventos com público superior a 100 pessoas por cinco dias.

Após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar pandemia de coronavírus, havia a expectativa de que os atos pudessem ser desconvocados, pelo temor da propagação da doença no país. A exemplo de Kicis, porém, outros deputados bolsonaristas consultados pelo Metrópoles mantiveram apoio a manifestações pró-governo no próximo dia 15 de março. Para parlamentares do PSL, não há motivos para cancelar os atos.

No DF, são dois casos confirmados da doença e 74 sob suspeita, segundo os dados atualizados do Ministério da Saúde. No Brasil, são 52 confirmações (com 16 casos confirmados pelo Hospital Albert Einstein em São Paulo, mas ainda não registrados na plataforma do Ministério da Saúde, esse número deve chegar a 68) e 907 sob suspeita.

Ao Metrópoles, o deputado federal Daniel Silveira (PSL/RJ) disse não ver motivos para o cancelamento das manifestações e citou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que apontou não haver recomendações especiais para este caso. “A menos que haja alguma mudança de entendimento oficial, não há motivo para não haver os protestos, que seguem firmes”, afirmou.

“As manifestações foram convocadas pela população, então não temos poderes para intervir, mas as recomendações de saúde seguem as mesmas. Até porque, apesar da pandemia mundial, o número de casos no Brasil é quase irrisório e a gente sabe que os riscos de contaminação são menores em ambientes abertos”, acrescentou ele.

Alê Silva (MG) recomendou que se os manifestantes quiserem tomar alguma medida profilática, devem usar máscaras em verde e amarelo, remetendo à bandeira do Brasil. Para ela, também inexistem motivos para cancelamento: “Se formos por essa linha de que pessoas não podem se aglomerar, temos que fechar estações de metrô, aeroportos, igrejas — há vários tipos de aglomerações. O vírus não está presente só em manifestações”.

Nas redes sociais, há bolsonaristas acusando Ibaneis de tentar atrapalhar as manifestações do dia 15.

No mesmo sentido, Carlos Jordy (RJ), pelo Twitter, alfinetou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), chamando-o de “cara de pau” por estar, em teoria, avaliando emitir decreto “proibindo as manifestações”. “Ora, governador, no carnaval, em que (sic) reuniu milhões de pessoas em vários dias, você não se preocupou com isso, né?”

Filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP) também ironizou as medidas contra aglomeração anunciadas após a declaração de pandemia. Ele compartilhou post do articulista Guilherme Fiuza defendendo que não vá à manifestação quem não se sentir confortável, criticando quem “quer decidir aonde os outros vão ou deixam de ir (mas diz defender a democracia)”. “Inclusive, hoje me disseram que nos metrôs, trens e ônibus de SP não havia ninguém”, escreveu.

No seu site oficial, a deputada federal Carla Zambelli (SP) declarou ter buscado o Ministério da Saúde e que a recomendação foi para que apenas aqueles com “sintomas de gripe” deixem de comparecer e que manifestantes levem álcool gel, mantenham “certa distância” das demais pessoas e evitem “efusivos cumprimentos”.

Declaração
A OMS declarou nesta quarta-feira (11/03) que o novo coronavírus é oficialmente uma pandemia, o que significa, na prática, que há casos da doença em todos os continentes. Apesar da nova classificação, não há, segundo a entidade, qualquer tipo de nova recomendação a respeito do vírus.

A expectativa é da OMS é de que o número de casos, países afetados e mortes aumente nos próximos dias. Por enquanto, são mais de 118 mil casos registrados em 114 países, com 4.292 mortes (segundo a última atualização do Ministério da Saúde).

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