Contador diz que irmão de ministro do Turismo colaborou com laranjal
Contador afirma que cuidou das prestações de contas das quatro candidatas do PSL envolvidas no esquema
atualizado
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Um contador da campanha de Marcelo Álvaro Antônio, atual ministro do Turismo, afirma que cuidou da prestação de contas das quatros candidatas do PSL de Minas Gerais consideradas laranjas. Segundo ele, o pedido foi feito pelo irmão do ministro, Ricardo Teixeira. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
O contador, Danilo Josamo, diz que jamais conheceu as candidatas e que recebeu todas as notas das mãos de um dirigente do PSL. No entanto, Ricardo Teixeira não aparece como dirigente da legenda ou como colaborador da campanha. Na época, ele se apresentava como irmão e auxiliar do ministro.
As declarações foram dadas na semana passada à Polícia Federal e ao Ministério Público. Logo, os relatos do contador passam a fazer parte do inquérito que investiga a suposta ação.
No início do mês, a PF afirmou que as candidatas mentiram sobre os gastos. As empresas supostamente contratadas também nunca realizaram os serviços declarados. Danilo Josamo afirma que não havia nenhuma irregularidade nas contas desses negócios.
Entenda o caso
No começo de fevereiro, a Folha de S. Paulo mostrou que Álvaro Antônio havia patrocinado um esquema de candidaturas de fachada que desviou dinheiro para empresas ligadas ao seu gabinete e a seus assessores.
As quatro mulheres negaram o caso. Ainda assim, outras três candidatas apresentaram denúncia contra o ministro e o PSL de Minas logo em seguida. Josamo disse que Ricardo Teixeira pediu a ele que tivesse um cuidado especial com as quatro mulheres.
Mais de cinco meses após as eleições, as candidatas apresentaram retificação de suas prestações de contas com assinatura de um novo contador. Juntas, as quatro receberam R$ 279 mil da verba pública de campanha da legenda. Parte foi destinada a empresas relacionadas a Marcelo Álvaro Teixeira.
Outro lado
Em nota enviada à Folha, Marcelo Alvaro Antônio não respondeu as perguntas por não ter acesso ao depoimento, mas garantiu que sempre agiu rigorosamente dentro da lei. Em seguida, o ministro atacou o jornal que, segundo ele, move “uma campanha sem qualquer compromisso com a verdade, numa atitude político-partidária que contradiz os valores defendidos” pelo jornal.