Conselho Federal de Medicina divulga nota de repúdio à CPI da Covid
Instituição vê “ausência de civilidade e respeito no trato de senadores com relação a depoentes médicos”, como a oncologista Nise Yamaguchi
atualizado
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O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou, nesta quarta-feira (2/6), moção de repúdio à CPI da Covid por “manifestações que revelam ausência de civilidade e respeito no trato de senadores com relação a depoentes” médicos à comissão.
Em nota, o Conselho, que é alinhado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), lamentou que os “médicos chamados a depor estejam sendo submetidos a situações de constrangimento e humilhação”.
“Ao comparecer na CPI da Pandemia, qualquer depoente ou testemunha tem garantidos seus direitos constitucionais, não sendo admissíveis ataques à sua honra e dignidade, por meio de afirmações vexatórias”, diz o comunicado.
Diante disso, o Conselho repudia “veementemente os excessos e abusos no trato de parlamentares em relação aos depoentes e convidados, em especial médicos e médicas, e clama ao Senado Federal que os trabalhos sejam conduzidos com sobriedade para que o país tenha acesso às informações, dados e percepções que permitirão à CPI concluir seus trabalhos de modo efetivo”.
A nota não cita o nome da médica Nise Yamaguchi, defensora da cloroquina como tratamento para a Covid-19, que depôs nessa terça-feira (1°/6) à CPI. Mas os questionamentos e declarações do senador e médico Otto Alencar (PSD-BA) contrárias ao “tratamento precoce” geraram reação de bolsonaristas na comissão e nas redes sociais.
A CPI da Covid tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com a ausência de oxigênio, além de apurar possíveis irregularidades em repasses federais a estados e municípios.