Conselho de Ética do Senado tem 16 pedidos parados; Kajuru lidera
O senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, possui duas representações no colegiado por causa do caso das “rachadinhas”
atualizado
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O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal tem 16 representações paradas contra parlamentares desde 2019. Destas, oito são contra o senador Jorge Kajuru (Podemos-GO), que lidera a lista de representados no colegiado.
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), autor da última representação contra Kajuru, é alvo de duas representações no colegiado por causa das “rachadinhas”, quando o parlamentar fica com parte do salário dos funcionários do gabinete, e do suposto envolvimento com milícias. Um das representações foi aditada para incluir a compra da mansão de R$ 6 milhões em Brasília.
O filho “01” de Bolsonaro representou em abril contra Kajuru, após o senador ter gravado e exposto diálogo com o seu pai em relação à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia da Covid-19.
Dessas oito ações contra o ex-jornalista esportivo, agora senador, seis foram feitas por senadores de Goiás – Luiz do Carmo (MDB) apresentou quatro, e Vanderlan Cardoso (PSD), duas – por motivos semelhantes. Segundo eles, Kajuru utiliza as redes sociais para fazer ataques aos adversários políticos, com supostas insinuações relativas ao erário público.
“O representado busca expor de forma negativa a imagem de colega parlamentar, incutindo o sentimento de seus seguidores que o requerente não tem nenhuma preocupação com erário público e apenas busca privilégios no exercício do cargo”, diz uma representação protocolada por Cardoso.
A outra foi do PSDB, sob o argumento de que o senador usa meios de comunicação para manchar a imagem dos colegas.
Outros senadores
Além de Flávio Bolsonaro e Kajuru, os senadores Paulo Rocha (PT-PA), Humberto Costa (PT-PE), Chico Rodrigues (DEM-RR), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Cid Gomes (PDT-CE) e Jayme Campos (DEM-MT), que é presidente do colegiado, possuem uma representação cada.
Rodrigues, que foi flagrado com dinheiro entre as nádegas numa operação da Polícia Federal em Roraima, é um caso emblemático. O senador do DEM se licenciou por 121 dias para baixar a pressão na Casa por causa dele, e retornou às atividades em meados de fevereiro.
Apesar da coleção de representações a serem analisadas, o Conselho de Ética, que possui 15 membros titulares e 15 suplentes, está instalado, mas não tem previsão de retorno para sessões. O colegiado não funcionou durante todo o ano de 2020 por causa da pandemia da Covid-19, e segue parado.
Procurados, Flávio Bolsonaro, Kajuru e Rodrigues não quiseram se manifestar.