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Conselho de Ética adia para quarta votação de parecer contra Cunha

Uma nova reunião para votar o relatório foi convocada para esta quarta (8/6) às 14h. O relator deve dar sua opinião sobre o voto em separado apresentado pelo deputado João Carlos Bacelar (PR-BA)

atualizado

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Eduardo Cunha
1 de 1 Eduardo Cunha - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados adiou para quarta-feira (8/6) a votação do parecer do deputado Marcos Rogério (DEM-RO). O documento pede a cassação do mandato parlamentar do presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele é acusado de ter contas secretas no exterior e de mentir na CPI da Petrobras, que ocorreu no ano passado. O deputado nega a existência de contas fora do país e diz que era beneficiário de fundos geridos por trustes.

O prazo foi solicitado pelo próprio relator para analisar e se manifestar sobre o voto em separado apresentado pelo deputado João Carlos Bacelar (PR-BA). Ele sugeriu que Eduardo Cunha seja punido com a suspensão do mandato por três meses. A proposta do voto alternativo é uma manobra dos aliados do presidente afastado para protelar, ainda, mais a análise sobre a sua situação.

A expectativa é de que a votação seja apertada, com o voto de Tia Eron (PRB-BA) sendo decisivo. Ela ainda não manifestou publicamente a sua posição e nem participou das discussões do conselho nesta terça. Nas últimas semanas, a parlamentar tem sido procurada por aliados e adversários de Cunha. A colegas, Tia Eron relatou estar sofrendo “forte pressão”.

Pelos cálculos de adversários de Cunha, se ela votar contra o relator, o placar deverá ficar em 11 votos a 9 favor de Cunha, derrubando, assim, o parecer. Se votar com o relator, o placar ficará empatado em 10 a 10, e o voto de minerva caberá ao presidente do conselho, que já disse ser a favor da cassação.

Suplência
Menos de 24 horas após ter assumido a suplência no Conselho de Ética da Câmara, o deputado Carlos Henrique Gaguim (PTN-TO), renunciou à vaga. O parlamentar havia substituído o suplente Manoel Júnior (PMDB-PB).

A mudança aconteceu durante a sessão de discussão e votação do parecer que pede a cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ainda não foi indicado o substituto.

O presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo (PR-BA), afirmou que o pedido de prisão apresentado pelo advogado-geral da República Rodrigo Janot ao Supremo Tribunal Federal (STF) mostra que Cunha continua tentando obstruir as investigações.

O deputado Zé Geraldo (PT-PA) afirma que a STF tem dado “muita colher de chá” a Cunha. Para ele, o deputado “fez um grande mal à democracia no Brasil” ao ter conduzido o processo do impeachment de Dilma Rousseff na Câmara.

Já o deputado Laerte Bessa (PR-DF) nega que Cunha tenha tentado qualquer intervenção nos trabalhos do conselho e diz que é muita coincidência o pedido de prisão do deputado ter sido publicada “logo hoje”.

Favorável ao parecer, o  deputado Betinho Gomes (PSDB-PE) diz que “Eduardo Cunha mentiu a seus pares, mentiu ao povo brasileiro, é um político corrupto e que deve ser cassado.” Para o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) Cunha cometeu uma “omissão deliberada”, mas diz que a punição “não deve ser a cassação”.

Caso a maioria dos 21 integrantes da Comissão de Ética votem a favor, o caso vai para o plenário. Lá, ao menos 257 dos 512 deputados terão que votar pela saída do deputado para que, de fato, Cunha seja cassado.

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