Conselho de Ética da Câmara deve instaurar 3º processo contra Bessa
PSB o acusa por agressão e ofensas a subsecretário de Articulação Federal da Casa Civil do DF, Edvaldo Dias da Silva
atualizado
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O Conselho de Ética da Câmara deve instaurar na tarde desta quarta-feira (20/6) mais um processo contra o deputado Laerte Bessa (PR-DF). Será a terceira representação contra o parlamentar em menos de dois anos. A queixa foi apresentada pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro) após o deputado se envolver em uma discussão com um representante do governador Rodrigo Rollemberg.
Em 23 de maio, durante sessão de uma comissão que discutia a destinação de recursos do Fundo Constitucional do DF, Bessa teria desferido um soco contra o subsecretário de Articulação Federal da Casa Civil do DF, Edvaldo Dias da Silva. A agressão teria ocorrido após Silva apresentar um documento que ia de encontro a uma emenda defendida pelo deputado.
Bessa quer mudar a destinação do fundo, deslocando mais recursos para forças de segurança. Para o GDF, a emenda do deputado deixaria as áreas de Saúde e Educação desassistidas.De acordo com o PSB, Bessa teria ido até a mesa do relator da comissão e rasgado o documento apresentado pelo GDF. A partir daí, passou a ofender o subsecretário com palavrões.
“Não mete o bico nas minhas coisas! Você está sempre se metendo nas minhas coisas! Vagabundo, cachorro, pilantra, mentiroso, filho de uma égua”, disse Bessa, irritado.
Logo após o incidente, o deputado negou ao Metrópoles a agressão, mas confirmou a discussão.
“Eu estava lutando por uma emenda que ajustava a divisão de porcentagem do Fundo Constitucional, como sempre foi feito por todos os governos anteriores: 65% para a segurança pública e 35% para saúde e educação. Mas ele [Rollemberg] faz o contrário e ainda está usando esse dinheiro para pagar dívidas do governo dele”, reclamou.
Essa é a segunda representação do PSB contra Bessa. Em 2016, o partido pediu a perda de mandato do deputado após ele ofender publicamente Rollemberg no plenário da Câmara. Bessa teria chamado o governador de “grande maconheiro”, “bandido” e “safado”. O processo foi arquivado.
DF é vice-líder de queixas
Os oito representantes do DF acumulam, nesta 55ª Legislatura (2015-2018), seis representações no Conselho de Ética. Só perdem para o Rio de Janeiro: 46 deputados têm oito processos na comissão.
Com a queixa a ser discutida nesta quarta-feira, Bessa tem três representações no Conselho de Ética. As outras duas foram arquivadas. Ele é seguido por Alberto Fraga (DEM), com dois processos, e Erika Kokay (PT), com um.
Apenas uma representação no Conselho de Ética acabou culminando na perda de mandato na Câmara –desde 2015. Em setembro de 2016, Eduardo Cunha foi cassado após ser acusado de mentir sobre contas no exterior.