Conselho de Ética cancela sessão de análise dos casos Barros e Miranda
Relatores dos dois casos pediram mais prazo para analisar pareceres. Não há nova data definida, mas sessão deve ocorrer dia 18 de outubro
atualizado
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O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados cancelou, nesta quarta-feira (6/10), a reunião que discutiria os pareceres nos processos movidos contra os deputados Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Casa, e Luis Miranda (DEM-DF). A data ainda não foi definida, mas deve ocorrer no próximo dia 18 de outubro.
As representações contra ambos envolvem as supostas irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin denunciadas pelos irmãos Miranda à CPI da Covid-19.
Os relatores Cezinha de Madureira (PSD-SP), do caso de Barros, e Gilberto Abramo (Republicanos-MG), do caso Miranda, pediram mais prazo para analisar o relatório.
É a terceira vez que o deputado do PSD pede prazo para apresentar o relatório. Contudo, o pedido ocorreu por causa da análise da defesa prévia apresentada por Barros.
Miranda
Abramo apresentou, no último dia 22 de setembro, parecer pela admissibilidade da representação contra Miranda, sob o argumento que o deputado do DEM demorou três meses para fazer as denúncias. Após o relator entregar o parecer, parlamentares pediram vista coletiva – tempo extra para análise – do relatório e a sessão foi encerrada.
O relator, todavia, pode alterar o parecer até o momento da votação.
A representação contra Miranda foi feita pelo PTB, presidido pelo ex-deputado Roberto Jefferson, após as denúncias sobre as negociações da Covaxin entre a Precisa Medicamentos, intermediária do laboratório indiano Bharat Biotech, com o Ministério da Saúde.
O governo federal fechou acordo para a compra de 20 milhões do imunizante no valor de US$ 15 por dose, totalizando R$ 1,6 bilhão. Após as irregularidades virem à tona, o governo cancelou o contrato.
Barros
Cezinha de Madureira ainda não apresentou o parecer sobre a representação contra o líder do governo na Casa, o que seria feito nesta quarta-feira. Mas, com a defesa prévia apresentada, o relator pediu pela terceira vez prazo para elaboração do relatório.
A representação foi feita pelo PSol baseada no depoimento de Luis Miranda à CPI. O deputado do DEM e o irmão dele, servidor Luis Ricardo Miranda, disseram à comissão que, ao alertar o presidente Jair Bolsonaro sobre irregularidades no contrato da Covaxin, o chefe do Executivo teria dito que Barros estaria envolvido no esquema. Bolsonaro não negou o deputado. Barros, todavia, nega envolvimento.