Conselho de Ética arquiva representação contra Eduardo Bolsonaro
Filho do presidente foi acusado pela colega de partido Joice Hasselmann de promover um “linchamento virtual” contra ela nas redes sociais
atualizado
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O Conselho de Ética da Câmara arquivou, nesta quarta-feira (24/2), investigação contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) apresentada pelo PSL, a pedido da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP). Na representação, de 2019, quando houve um racha na legenda, o filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é acusado de ter quebrado o decoro ao promover “linchamento virtual” contra a parlamentar.
Dos 16 integrantes do conselho que votaram nesta quarta-feira, 12 seguiram o parecer apresentado pelo deputado Eduardo Costa (PTB-BA). Ao propor o arquivamento, Costa argumentou o princípio da imunidade parlamentar e apontou que Eduardo Bolsonaro não foi o autor das postagens difamatórias que, em sua visão, foram feitas por terceiros.
Nas redes sociais, Eduardo Bolsonaro comemorou o arquivamento e lembrou da postagem na qual exibia o rosto da colega de partido em uma nota de R$ 3.
Por 12 x 3 o meu processo no conselho de ética por ter postado a nota de R$ 3 com a cara da Joice foi arquivado.
Agora só faltam mais 2. https://t.co/aib7eXV5Y4 pic.twitter.com/xDAi4QN1Do
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) February 24, 2021
Na época em que a representação foi colocada, havia uma disputa pela liderança do PSL na Câmara. Para o relator, as manifestações de Eduardo Bolsonaro não podem ser punidas como quebra de decoro parlamentar.
“As manifestações do deputado Eduardo Bolsoarno referente à deputada Joice Hasselmann não se mostraram, de forma alguma, dissociada de sua atuação paramentar. o contrário, relatam assim que em tom jocoso sua opinião crítica acerca do desempenho da deputada”, disse Costa.
A deputada Fernanda Melchiona (PSol-RS), no entanto, divergiu do relator, mas foi voto vencido. Segundo ela, ficou claro que Eduardo comandava o chamado “gabinete do ódio”, responsável, na opinião dela, pela disseminação das mensagens contra a deputada.
“Essa representação precisa seguir, principalmente hoje, que faz 89 anos que as mulheres conquistaram o voto no Brasil”, disse a parlamentar.