Conselho de Ética adia decisão sobre processo de Eduardo Bolsonaro
O deputado Igor Timo apresentou parecer pelo arquivamento da denúncia, houve pedido de vista e órgão adiou discussão
atualizado
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O Conselho de Ética da Câmara adiou a análise no processo contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) referente a declarações defendendo a utilização de um novo AI-5, caso a oposição intensificasse protestos contra o governo.
O adiamento ocorreu nesta segunda-feira (5/3) e atendeu a um pedido de vista coletiva de integrantes do colegiado, após a apresentação do parecer do relator do caso, deputado Igor Timo (Pode-MG).
O mineiro votou pelo arquivamento do processo por entender “ausência de justa causa” para considerar a acusação de quebra de decoro contra Eduardo Bolsonaro.
Agora, enquanto não se volta com a análise, a oposição pretende entrar com um pedido de suspensão do relator que, na avaliação dos autores da denúncia, PSol e PT, fez uma leitura enviesada das denúncias.
Novo AI-5
As declarações investigadas ocorreram em outubro de 2019, em uma entrevista do filho do presidente Jair Bolsonaro ao canal do YouTube da jornalista Leda Nagle.
Na época, Eduardo disse que se a esquerda “radicalizar” no Brasil, uma das respostas do governo poderá ser “via um novo AI-5”.
Ele se referia aos protestos de rua que ocorriam naquela ocasião em países da América Latina, como o Chile.
A deputada Fernanda Melchiona (PSol-RS), que deve apresentar o pedido de suspensão do relator, criticou o parecer.
“Eu não consigo conceber que o senhor não veja crime em um deputado usar o seu mandato, sua prerrogativa parlamentar, para atacar um sistema democrático”, disse a deputada.
“Vamos entrar com um pedido de suspensão do relator do caso, que fez uma avaliação enviesada da denúncia do PSOL e demais partidos”, informou a parlamentar.
“Quem pensa assim, que quer fechar o Supremo, quem quer a ditadura de volta não tinha que estar no Congresso”, disse o deputado Paulo Guedes (PT-MG).