Conheça os 7 núcleos de investigação criados pela CPI da Covid
Senadores se dividiram em diversas frentes para dar agilidade e encorpar as investigações da comissão de inquérito
atualizado
Compartilhar notícia
Visando dar mais agilidade aos trabalhos, a cúpula da CPI da Covid-19 dividiu em sete núcleos as investigações envolvendo possíveis omissões do governo federal e denúncias de corrupção no Ministério da Saúde durante a pandemia do novo coronavírus.
Os núcleos são: hospitais federais e organizações sociais; contrato da Covaxin; intermediários para compra de vacinas; fake news; contrato da VTCLog; ações negacionistas; e defesa de medicamentos sem comprovação científica.
A distribuição desses grupos conta com membros titulares – o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Humberto Costa (PT-PE), Otto Alencar (PSD-BA) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) –; suplentes – Alessandro Vieira (Rede-SE) e Rogério Carvalho (PT-SE) –; e não membros – Simone Tebet (MDB-MS) e Eliziane Gama (Cidadania-MA), representantes da bancada feminina, com participação ativa na comissão.
O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), coordenará a investigação. Apesar da prorrogação dos trabalhos da comissão por 90 dias – o que garante os trabalhos até o início de novembro –, a expectativa inicial é de que o relatório da CPI da Covid seja apresentado até o fim de setembro.
Diante do recesso parlamentar e de incontáveis documentos para analisar, a ideia é que cada parlamentar avance nas investigações em determinados temas e repasse aos demais para avaliar o que há de substância e no que se vale investir.
As sessões do colegiado serão retomadas no início de agosto, após o recesso parlamentar. Os senadores avaliam ouvir na primeira semana de retorno aos trabalhos o reverendo Amilton de Paula, que teria negociado vacinas em nome do governo, e o empresário Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos.
Além de analisar dados e realizar reuniões técnicas, a cúpula da comissão deve se reunir na próxima semana com juristas visando a fundamentação do relatório final.
Confira os núcleos:
- Hospitais federais e Organizações Sociais: a partir das informações repassadas pelo ex-governador do Rio Wilson Witzel, os senadores vão investigar supostos desvios de recursos em hospitais federais e a atuação das Organizações Sociais no estado. Esse núcleo será composto pelos senadores Humberto Costa, Eliziane Gama e Simone Tebet.
- Covaxin: o grupo, comandado por Simone Tebet e Tasso Jereissati, vai apurar as suspeitas de irregularidades no contrato da Bharat Biotech, laboratório indiano que produz a vacina Covaxin, e a Precisa Medicamentos, empresa intermediária entre laboratório e o Ministério da Saúde. Há suspeitas entre os senadores de que houve favorecimento ilícito à Precisa. Após a denúncia vir à tona, o acordo foi suspenso.
- Intermediários de vacinas: o núcleo, comandado por Randolfe Rodrigues, vai investigar a relação entre governo e supostas empresas intermediárias, como Davati Medical Supply e World Brands, que tentaram negociar vacinas com o Ministério da Saúde. Os senadores querem saber se há algum indício do crime de advocacia administrativa em favor de aliados.
- Fake news: o grupo vai apurar o uso de notícias falsas sobre a pandemia da Covid-19 e o possível envolvimento do Palácio do Planalto e de aliados do presidente Jair Bolsonaro. Nessa ramificação, o Instituto Força Brasil e o empresário bolsonarista Luciano Hang estão na mira. Esse núcleo será comandado pelos senadores Alessandro Vieira, Rogério Carvalho e Humberto Costa.
- VTCLog: os senadores vão investigar o contrato firmado pelo Ministério da Saúde e a empresa de logística VTCLog e eventuais atos de favorecimento ilícito. Há suspeitas entre senadores de que esse contrato tenha ajudado no suposto “mensalinho” do Ministério da Saúde a aliados do governo. O núcleo será comandado por Eliziane Gama e Alessandro Vieira.
- Ações negacionistas: o núcleo, comandado por Rogério Carvalho e Otto Alencar, vai investigar as atitudes anticiência do presidente Jair Bolsonaro e de aliados e se isso ocorreu de forma deliberada para favorecer economicamente aliados do governo. O “ministério paralelo” de aconselhamento a Bolsonaro entra no escopo desse grupo.
- Medicamentos sem comprovação científica: os senadores Humberto Costa, Alessandro Vieira e Eliziane Gama comandam o núcleo que vai investigar os motivos que levaram o presidente Bolsonaro a incentivar o uso de medicamentos sem comprovação de eficácia para tratamento da Covid-19, como cloroquina e ivermectina, e se empresas de aliados tiveram lucro com isso.