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Congresso do PMDB visa preparar candidatura à Presidência para 2018, diz Temer

Vice-presidente tentou minimizar mal-estar instalado no Planalto com a divulgação do “Ponte para o Futuro”, que critica a política econômica de Dilma

atualizado

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Romério Cunha
Michel Temer
1 de 1 Michel Temer - Foto: Romério Cunha

O vice-presidente Michel Temer defendeu que o congresso do PMDB que será realizado nesta terça-feira (17/11) tem como objetivo discutir o programa de governo lançado pela partido em outubro e preparar o terreno para o lançamento de uma candidatura própria à Presidência da República em 2018.

“Nós temos a ideia de lançar um candidato em 2018, então nós temos que nos preparar para isso. Se nós não tivermos um programa, como vamos ter um candidato?”, afirmou o vice durante um jantar com jornalistas promovido pela senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) na noite desta segunda-feira (16).

“Ponte para o Futuro”
Durante o encontro, Temer tentou minimizar o mal-estar instalado no Palácio do Planalto com a divulgação do documento intitulado “Ponte para o Futuro”, que contém duras críticas à política econômica da presidente Dilma Rousseff.

O vice fez questão de afirmar que apresentou as propostas à presidente assim que elas ficaram prontas e que o programa não deveria ser visto como uma crítica ao governo e sim como uma “colaboração”. “Se o governo quiser adotar as ideias do PMDB, ótimo, vamos aplaudir”, disse.

Temer ressaltou ainda que o congresso desta terça (17) não terá caráter deliberativo, ou seja, não vai discutir se o PMDB deve deixar a base aliada do governo. O vice, no entanto, admitiu que será difícil conter as manifestações a favor do rompimento com o PT. Segundo ele, uma decisão final sobre o assunto deverá ser tomada somente em março, durante a convenção nacional do partido.

Reunificação política
O vice também afirmou que, a despeito da polêmica causada recentemente, vai voltar a pregar a necessidade de reunificar as forças políticas do país para superar a crise econômica. Em agosto, Temer disse que o Brasil precisava de alguém capaz de “reunificar a todos”. A frase foi interpretada por auxiliares de Dilma como um sinal de que o vice pretendia se cacifar para assumir o comando do país, caso a presidente viesse a sofrer um processo de impeachment. Nesta segunda (16), Temer defendeu que foi mal interpretado e sugeriu que petistas alimentaram em Dilma o sentimento de que ele deveria ser visto com “suspeição”.

Para o ex-ministro Moreira Franco, presidente da Fundação Ulysses Guimarães e um dos responsáveis por organizar o encontro desta terça-feira, o fato de o PMDB decidir discutir um conjunto de propostas para o País não deve ser visto como um ato de “hostilidade” contra o governo. “O nosso programa não foi feito nem a favor nem contra ninguém. Não houve nenhuma intenção de romper com o governo, de apontar erros. O nosso objetivo é definir um programa que resolva a maior crise econômica da nossa história”, disse.

Além de Temer e Moreira Franco, o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil) também participou do encontro realizado na casa da senadora. Ex-petista, Marta disse que vai adotar uma posição mais moderada nesta terça e que, por ora, não vai voltar a defender o desembarque do governo.

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