Congresso cobra Bolsonaro:”Falso conflito entre saúde e economia”
Em nota, presidentes do Senado e da Câmara pediram que presidente não aproveite troca para afrouxar isolamento social
atualizado
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O Congresso Nacional emitiu uma nota nesta quinta-feira (1604) sobre a demissão do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM). O texto diz que “os brasileiros esperam” que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), não tenha dispensado Mandetta para estimular um “falso conflito entre saúde e economia” e manter-se contrário ao isolamento social.
“A maioria das brasileiras e dos brasileiros espera que o presidente Jair Bolsonaro não tenha demitido Mandetta com o intuito de insistir numa postura que prejudica a necessidade do distanciamento social e estimula um falso conflito entre saúde e economia”, escreveram os presidentes Rodrigo Maia (Câmara dos Deputados) e Davi Alcolumbre (Senado Federal).
Os parlamentares afirmaram ainda que “a vida e a saúde dos brasileiros devem ser prioridade” e defenderam a união entre os Poderes para o enfrentamento do novo coronavírus no país.
“O Parlamento faz um apelo à união e ao bom senso dos poderes da República a fim de que, juntos, possamos somar esforços contra o verdadeiro inimigo público da nação, que é a pandemia da Covid-19”, escreveram Maia e Alcolumbre.
Na nota, os parlamentares dizem que esperam do substituto de Mandetta, o médico Nelson Teich, “continuidade ao bom trabalho” que o ex-ministro fazia à frente da pasta, de forma “vigorosa, de acordo com as melhores técnicas científicas”. ” A vida e a saúde dos brasileiros devem ser sempre nossa maior prioridade”, sustentaram.
Maia a Alcolumbre afirmam ainda que “o Congresso Nacional acompanha todos esses movimentos, com altivez, com o sentimento de urgência que a calamidade pede e com toda a responsabilidade que se espera dos poderes constituídos e dos agentes públicos”.
Leia a nota na íntegra:
O ministro Luiz Henrique Mandetta foi um verdadeiro guerreiro em prol da saúde pública nesse período em que esteve à frente do Ministério, especialmente no enfrentamento firme ao Covid-19. O trabalho responsável e dedicado do ministro foi irreparável. A sua saída, para o País como um todo, nesse grave momento, certamente não é positiva e será sentida por todos nós.
A maioria das brasileiras e dos brasileiros espera que o presidente Jair Bolsonaro não tenha demitido Mandetta com o intuito de insistir numa postura que prejudica a necessidade do distanciamento social e estimula um falso conflito entre saúde e economia.
O Congresso Nacional espera que o novo ministro, Nelson Teich, dê continuidade ao bom trabalho que vinha sendo desempenhado pelo Ministério da Saúde, agindo de forma vigorosa, de acordo com as melhores técnicas científicas. A vida e a saúde dos brasileiros devem ser sempre nossa maior prioridade.
O Congresso Nacional deseja êxito ao novo ministro em sua enorme responsabilidade e imenso desafio. O Parlamento faz um apelo à união e ao bom senso dos poderes da República a fim de que, juntos, possamos somar esforços contra o verdadeiro inimigo público da Nação, que é a pandemia da Covid-19.
O Parlamento brasileiro, mais uma vez, reafirma o seu absoluto compromisso de fazer tudo o que estiver ao seu alcance para mitigar os efeitos devastadores dessa pandemia.
O Congresso Nacional acompanha todos esses movimentos, com altivez, com o sentimento de urgência que a calamidade pede e com toda a responsabilidade que se espera dos poderes constituídos e dos agentes públicos.