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Congressistas repudiam Bolsonaro após ato pró-intervenção militar

Parlamentares cobraram reação à participação do presidente em manifestação que pedia AI-5 e tomada do poder por militares

atualizado

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1 de 1 Bolsonaro-carreata - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Representantes do Congresso Nacional repudiaram a participação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em atos antidemocráticos e pró-intervenção militar neste domingo (19/04).

Deputados federais, senadores e líderes partidários cobraram reação ao presidente, que não só participou de nova aglomeração, apesar das recomendações de isolamento social em função da pandemia do novo coronavírus, como também disse que não queria “negociar nada”, sob gritos de “intervenção militar” e “AI-5”.

Antiga aliada de Bolsonaro, a deputada federal Joice Hasselman (PSL-SP) também repudiou a participação dele no ato. “’Não queremos negociar nada’. Depois diz que o Congresso é que provoca o caos. Bolsonaro não respeita a democracia, as instituições e as liberdades. Você é a favor da democracia ou do AI-5?”, questionou.

“Bolsonaro vive uma realidade paralela. Não há lógica que sustente um presidente em meio à aglomeração se manifestando a favor da intervenção militar e do fechamento do Congresso. O presidente extrapola os limites da democracia. Não quer governar. Quer o caos”, completou o deputado federal Felipe Rigoni (PSB-ES).

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que o presidente incorre em crime de responsabilidade por “atentar contra a Constituição, os poderes constitucionais e a democracia”, e cobrou que o procurador-geral da República, Augusto Aras, abra processo contra o presidente por ter mais uma vez participado de uma aglomeração.

“Não satisfeito em cometer crime de responsabilidade, também comete crime ao violar o isolamento social e aglomerar pessoas. De acordo com o Art. 268 do nosso Código Penal: ‘Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa: Pena: detenção, de um mês a um ano, e multa’”, ressaltou.

“Num momento grave e de incerteza, o país assiste ao presidente da República não apenas romper isolamento como apoiar a volta do AI5 e escancarar suas ameaças à democracia. As Forças Armadas endossam o comportamento? E as demais instituições? Todos democratas precisam se manifestar”, cobrou a deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR).

“Afronta à Constituição”

Presidente do PSol, Juliano Medeiros emitiu nota de repúdio dizendo que a presença do presidente no ato “é uma grave afronta à democracia e à Constituição Federal” e inclusive às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), no sentido de evitar aglomerações. Para a legenda, a provocação “comprova que ele não tem mais condições de seguir governando”.

“Ao juntar-se a um ato organizado pela extrema-direita, Bolsonaro também desrespeita o esforço de milhões de brasileiros e brasileiras, que têm lutado para manter ao máximo o isolamento social, única medida comprovadamente eficaz para que a pandemia de coronavírus não leve nosso sistema de saúde ao colapso”, diz a nota do partido.

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