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Compromisso do PMDB é continuar na base do governo Dilma, diz Picciani

Líder da legenda na Câmara nega divisão com o PT nesta quinta-feira (1º/10)

atualizado

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eduardo cunha
1 de 1 eduardo cunha - Foto: Lula Marques/ Agência PT

O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (foto, em pé), afirmou nesta quinta-feira (1º/10) que o compromisso do partido com o governo Dilma Rousseff, já que a sigla será contemplada com sete pastas na reforma ministerial, é “continuar na base”. Ele minimizou o manifesto divulgado por parte da bancada criticando a “barganha” por cargos. “O PMDB tem o compromisso de estar na base do governo, como esteve no primeiro mandato e como continuará no desenrolar no segundo mandato”, afirmou. “O PMDB, mesmo sem cargos, sem a bancada se sentir representada nos ministérios, apoiou maciçamente as medidas do ajuste fiscal e continuará agora”, afirmou.

O líder do PMDB negou que o partido esteja dividido e disse ter “certeza” de que o governo conta com muito mais de dois terços de apoio entre os parlamentares da bancada. “Não há divisão. A maioria expressiva da bancada se posicionou no sentido de apoiar o governo, apoiar os nomes (indicados na reforma ministerial) e evidentemente cabe ao líder expressar a posição da maioria”, disse, ressaltando que “20 deputados não é a maioria da bancada do PMDB”.

Mais cedo, um grupo de 22 dos 66 deputados do PMDB divulgou um manifesto no qual se declaram contrários à indicação de ministros do partido na reforma administrativa que será anunciada em breve pela presidente Dilma Rousseff. A expectativa é que a legenda fique com sete pastas no novo modelo. “Nosso posicionamento em plenário não dependerá desse tipo de barganha por cargos”, escreveram. A posição fortalece a visão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que hoje voltou a dizer que defende a saída da sigla da administração federal e afirmou que a negociação o constrangia.

Picciani disse que, após a divulgação do manifesto, foi procurado por alguns deputados recuando da posição adotada. “Recebi informe de vários deputados recuando porque entenderam de forma adversa (o manifesto), não como contraponto a bancada e sim como critica construtiva”, disse. Segundo o líder do PDMB, a posição que vale do partido é a que foi tomada na reunião da bancada. “Posso até julgar inadequado que aqueles que perderam na bancada queiram fazer debates fora da bancada, mas não me cabe falar sobre isso”, disse.

Questionado se pode haver algum tipo de enquadramento aos deputados que assinaram o manifesto, o líder do partido disse que “a própria maioria da bancada vai cobrar coerência na posição de cada um”. “Não dá para deliberar na bancada e só aceitar quando sua posição é vitoriosa e quando perde vem tentar outro tipo de movimento”, criticou.

Cunha
Picciani afirmou ainda que é preciso ter cautela em relação às denúncias envolvendo Cunha, e que é preciso não fazer prejulgamentos. “O princípio que rege o Estado de direito, a Constituição brasileira, é o da presunção da inocência”, disse. Cunha é investigado na Operação Lava Jato e ontem foi apontado pelo Ministério Público da Suíça como detentor de contas no país O órgão suíço enviou ao Brasil autos da investigação contra o presidente da Câmara por suspeita de lavagem e corrupção passiva

Questionado se havia clima para que Cunha continuasse no comando da Casa, Picciani afirmou que “ninguém pode ser culpado ou ter algum tipo de pena antecipada”. “Portanto, tem que se ter cautela”, reforçou.

Mais cedo, um grupo de parlamentares do PT, PSOL, PSB, PMDB e Rede Sustentabilidade apresentou nesta quinta-feira um requerimento em que pede ao presidente da Câmara informações sobre investigações de supostas contas bancárias na Suíça em nome do deputado e de familiares dele.

O pedido também será apresentado à Procuradoria-Geral da República (PGR) e, caso Cunha não se manifeste até a próxima semana, os congressistas entregarão ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara uma solicitação para que o presidente da Casa exponha os dados bancários e fiscais.

Para Picciani, não há nenhum impedimento para que Cunha continue no cargo. “Vamos ter calma, não há nenhum impedimento, as investigações têm transcorrido naturalmente e devem ser céleres, porque é de interesse de todos que isso seja célere, mas vamos preservar a presunção a inocência”, reforçou.

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