Composto alimentar será incorporado à merenda escolar, diz Doria
Segundo a Prefeitura, ainda está “em estudo” como será feita distribuição do produto feito com alimentos próximos do vencimento
atualizado
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O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta quarta-feira (18/10) que o composto alimentar produzido a partir de alimentos próximos à data de vencimento será incluído na merenda de parte das escolas municipais da cidade ainda neste mês. Segundo a Prefeitura, ainda está “em estudo” como será feita distribuição e quais instituições serão inicialmente contempladas. Está definido, porém, que não haverá custo aos cofres públicos.
Disponível em versões em pó, granulada ou processada na forma de macarrão e biscoito, o composto será utilizado como complemento e substituto de parte da merenda escolar. A secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eloísa Arruda, disse que será estudada, por exemplo, a substituição do macarrão comprado para as escolas pela versão doada pela Sinergia, organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) que detém a patente do produto.
Doria disse que inicialmente as empresas participantes não receberão nenhum tipo de isenção ou incentivo fiscal, embora essa possibilidade esteja prevista na Lei 16.704/17, sancionada na semana passada dentro do programa Alimento para Todos.
Sem antecipar prazos, o prefeito ressaltou que o produto também deve ser distribuído em outros equipamentos sociais, como espaços que acolhem pessoas em situação de vulnerabilidade.
Na coletiva, d. Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, reafirmou apoiar o projeto da Sinergia há pelo menos quatro anos e disse que o composto alimentar já está sendo adotado nos sítios da Missão Belém, que acolhe pessoas em situação de vulnerabilidade social. “Eu fico ofendido quando dizem que é ração. Desrespeitar o pobre é lhe negar o alimento, é a fome”, declarou.
No mesmo evento, Doria e o cardeal provaram uma torrada feito com o composto, que também foi distribuída a jornalistas antes da coletiva, sem a informação de que era produzida com a farinata. Sem antecipar prazos, o prefeito ressaltou que o produto também deve ser distribuído em outros aparelhos sociais.
Nesta semana, o Conselho Regional de Nutricionistas de São Paulo já havia se posicionado contra o suplemento dizendo que o produto contraria “os princípios do direito humano à alimentação adequada” e está “em total desrespeito aos avanços obtidos nas últimas décadas no campo da segurança alimentar”.