Comitê defende compra de vacinas por empresas privadas: “Salva vidas”
Segundo o presidente da Câmara, medida pode “manter os negócios de pé”, já que empresários imunizariam os funcionários
atualizado
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Na primeira reunião do Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento da Pandemia da Covid-19, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM -MG), defenderam a possibilidade de aquisição de imunizantes pela iniciativa privada.
Arthur Lira falou abertamente sobre a viabilização de compra de vacinas contra a Covid-19 pela iniciativa privada. Para o deputado, essa medida pode “salvar vidas” e manter os negócios em pé”, caso os empresários consigam imunizar os funcionários e as suas famílias.
“Tem uma discussão que se inicia hoje na Câmara e tem de ser transparente, com a imprensa acompanhando, que é a possibilidade de a iniciativa privada também adquirir vacinas para que o empresário possa vacinar os seus funcionários, para manter a sua empresa, o seu negócio de pé”, disse Lira.
“Não há conflito de interesses. O ministério já tem contratualizados mais de 500 milhões de doses”, prosseguiu o deputado.
Segundo o presidente da Câmara, a iniciativa privada pode trazer agilidade com contratações por outros caminhos. “Qualquer brasileiro vacinado é um a menos na estatística que pode correr o risco de contrair o vírus”, assinalou. “Nós estamos num momento de guerra, e na guerra vale tudo para salvar vidas.”
As declarações foram dadas durante coletiva com o ministro Marcelo Queiroga, nesta manhã. Lira afirmou, na ocasião, que a Câmara e o Senado estarão atentos para auxiliar o titular da Saúde no sentido de proporcionar mais agilidade, “mais armas” e mais instrumentos no combate à pandemia.
Lira disse que o momento é de “concentração na união de esforços”. Além disso, enfatizou que a crise é sanitária e econômica.
O chefe do Executivo federal anunciou o comitê na quarta-feira (24/3), após reunião com a cúpula dos Três Poderes. O grupo foi formado pouco mais de um ano depois do início da pandemia e no dia em que o país atingiu a marca trágica de 300 mil óbitos em decorrência da Covid-19.
O grupo deve funcionar por três meses, podendo ter o prazo prorrogado. Inicialmente, o comitê vai se reunir uma vez por semana.
Recrudescimento da pandemia
Em novo recorde, o Brasil perdeu 3.780 vidas para a Covid-19 nas últimas 24 horas. Somente nos últimos 30 dias, é a quarta vez que o número se mantém acima de 3 mil óbitos decorrentes da doença. No mês mais letal da pandemia no país, a média móvel de mortes também está em alta – chegou a 2.710 na terça-feira (30/3).
Os dados são do mais recente balanço divulgado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). No total, o Brasil já perdeu 317.646 vidas para a doença e computou 12.658.109 casos de contaminação.