Comissão do Senado convida Mario Frias para explicar gastos em viagens
Secretário gastou R$ 39 mil durante visita à Nova York, nos Estados Unidos, realizada em dezembro de 2021
atualizado
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A Comissão de Educação do Senado aprovou, nesta quinta-feira (24/3), convite ao secretário especial de Cultura, Mario Frias (PL), para explicar os gastos da viagem que ele fez a Nova York em dezembro de 2021, ao custo total de R$ 39 mil.
A viagem, realizada entre os dias 14 e 19 de dezembro, foi destinada a discutir a produção audiovisual com um lutador de jiu-jítsu brasileiro. Por causa da repercussão negativa, a Presidência da República cancelou a ida de Frias à Rússia, Hungria e Polônia, na comitiva do presidente Jair Bolsonaro (PL), em fevereiro.
O líder da minoria no Senado, Jean Paul Prates (PT-RN), autor do requerimento, relatou que Frias viajou para se encontrar com o lutador “Renzo Gracie, que curiosamente é conhecido por ter pronunciado temas nazistas e é objeto de biografia escrita por Roberto Alvim, cosplay de Goebbels [ministro da Propaganda da Alemanha nazista]” e que ainda tentou processar a companhia aérea para “obter ganhos com dinheiro público”.
“As despesas foram pagas com dinheiro público. Frias tem que explicar o que foi feito nessas viagens e justificar para os brasileiros esse ataque aos cofres públicos. Isso é um escândalo pela ausência de prestação de contas e pela inexistência de motivos reais para essas viagens”, afirmou.
Ademais, o senador destacou que o secretário não apresentou qualquer plano de ação para a Cultura e se limita a criticar artistas e a Lei Rouanet. “Há muitas conexões nebulosas nessa viagem e toda essa condução do secretário de Cultura”, disse.
O Ministério Público do Tribunal de Contas da União pediu que a corte investigue a viagem do secretário.
Recentemente, Frias disse que “estão procurando cabelo em ovo” em relação aos gastos das viagens.