Comissão de Ética da Presidência vai analisar caso de Juscelino Filho
Colegiado tem encontro previsto para 28 de março. Ministro Juscelino Filho é alvo de denúncias envolvendo o pagamento indevido de diárias
atualizado
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A Comissão de Ética Pública da Presidência da República vai analisar, na próxima reunião do colegiado, prevista para 28 de março, as denúncias envolvendo o ministro das Comunicações, Juscelino Filho.
O grupo é responsável por fiscalizar a aplicação do Código de Conduta da Alta Administração Federal e do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, como ministros de Estado. É de competência do colegiado apurar, mediante denúncia, ou de ofício, condutas em desacordo com as normas previstas.
Conforme revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo, o ministro recorreu a voos da Força Aérea Brasileira (FAB) e recebeu diárias sem que estivesse a serviço do governo.
Após cobranças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro esteve, na tarde desta segunda-feira (6/3), no Palácio do Planalto, para prestar esclarecimentos ao mandatário.
Na semana passada, o presidente disse que Juscelino deveria deixar a Esplanada dos Ministérios caso não conseguisse provar sua inocência. Juscelino tem dito que devolveu as diárias da viagem e que não há irregularidades no caso.
“Ele tem direito de provar a sua inocência. Mas, se ele não conseguir provar a sua inocência, ele não pode ficar no governo. Eu garanto a todo mundo a presunção de inocência”, afirmou o petista.
União Brasil defende ministro
No domingo (5/3), o União Brasil, partido de Juscelino Filho, divulgou nota na qual defendeu o ministro das Comunicações. No documento, a legenda também critica a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, por ter defendido que Juscelino se afastasse do cargo para evitar constrangimentos a Lula.
A declaração de Gleisi desagradou os líderes do União Brasil na Câmara dos Deputados, Elmar Nascimento, e no Senado Federal, Efraim Filho. Em nota, eles disseram que a parlamentar utilizou de “dois pesos e duas medidas” para tratar de assuntos da vida pública.
“Lamentamos que Gleisi utilize dois pesos e duas medidas para tratar de assuntos inerentes à vida pública. Quando atitudes dos seus aliados são contestadas – e não faltaram acusações a membros do PT na história recente do país – a parlamentar prega o direito de defesa. Quando a situação se inverte, prefere fazer pré-julgamentos”, afirmaram.