Lula a sindicalistas: pressão contra reforma no serviço público deve ocorrer nas ruas
Ex-presidente está em Brasília nesta semana, onde realiza uma série de reuniões com políticos e movimentos sociais
atualizado
Compartilhar notícia
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu na tarde desta quinta-feira (7/10) com sindicalistas e representantes de associações de servidores públicos, além de parlamentares que são contrários à proposta de emenda à Constituição (PEC) 32/2021, que prevê mudanças nas regras de contratação de servidores públicos, a chamada reforma administrativa.
Na conversa, Lula estimulou que a pressão sobre cada deputado ou senador seja focada em suas bases eleitorais.
O petista defendeu que o “processo de convencimento” dos parlamentares contra a reforma seja feito nas ruas das cidades onde os parlamentares moram.
“Acho que temos que modelar nossa briga pra gente conquistar mais coisas”, defendeu Lula. “Em cada cidade só tem uma porta de saída para Brasília: o aeroporto”, sugeriu o ex-presidente. “Eu acho que precisamos mudar o jeito de pressionar o Congresso Nacional. Esse cidadão precisa ser pressionado na rua onde ele mora, na cidade onde ele mora”, orientou.
Lula disse que as manifestações em Brasília acabam não surtindo efeito. Deputados não têm medo de manifestação na Esplanada dos Ministérios. “Dentro do Congresso, a gente não sabe se está chovendo, se fez sol, se teve briga, se não teve”, detalhou.
A reunião faz parte de uma série de encontros políticos que o ex-presidente promove em Brasília nesta semana.
Proposta
A proposta foi priorizada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), após pedido do governo. O texto foi aprovado na comissão especial há duas semanas.
Para passar no plenário, contudo, a PEC precisa de, no mínimo, 308 votos favoráveis, em votação em dois turnos. Caso seja aprovada, segue para a análise do Senado.
Na Câmara, os partidos de oposição fecharam questão contra a proposta que prevê, entre outros pontos, a possibilidade de redução de jornada e de salário de servidores públicos em 25%, em caso de crise fiscal. O texto aponta a medida “como alternativa em relação à adoção de outra mais drástica, o desligamento de servidores efetivos”.
A proposta aprovada na comissão não alcança juízes, promotores e procuradores. Estão incluídos nas novas regras, no entanto, servidores do Judiciário e do Ministério Público. Esse ponto foi bastante criticado pela oposição, que alega que a proposta mantém privilégios caros ao Estado, como férias de 60 dias e aposentadoria compulsória como forma de punição.
Entenda nesta reportagem do Metrópoles o ponto a ponto da PEC.