Com saída de Pazuello, secretário-executivo da Saúde é exonerado
Coronel Elcio Franco deixa o cargo após a entrada do médico Marcelo Queiroga. É esperada uma desmilitarização da pasta
atualizado
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O coronel do Exército Elcio Franco foi exonerado do cargo de secretário-executivo do Ministério da Saúde. O ato de exoneração foi publicado na edição do Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (26/3). Com a saída do general Eduardo Pazuello do comando da pasta, uma desmilitarização já era esperada.
O substituto de Elcio Franco será o engenheiro Rodrigo Castro, servidor do Ministério da Economia. O secretário-executivo é uma espécie de vice-ministro.
Em coletiva de imprensa na última quarta-feira (24/3), o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) garantiu “absoluta autonomia” para que o médico cardiologista escolha a equipe de secretários.
Queiroga havia anunciado a troca de militares por civis em secretarias estratégicas do ministério. Além de Elcio Franco, Luiz Otávio Franco Duarte será substituído pelo médico ortopedista Sérgio Okane na Secretaria de Atenção Especial à Saúde.
Desmilitarização da pasta
Com a troca de comando no Ministério da Saúde, técnicos de carreira indicam nova “era” na pasta. Com a chegada do cardiologista Marcelo Queiroga à chefia, os cerca de 25 militares que ocupam cargos no órgão devem ser trocados por outros nomes.
Para se ter dimensão do poder verde-oliva na pasta, militares ocuparam cargos nos setores de logística, de planejamento e orçamento, de gestão interfederativa, de monitoramento do Sistema Único de Saúde (SUS) e na administração do Fundo Nacional de Saúde (FNS).
“É uma clara mudança de posicionamento. Mesmo que seja o mesmo governo, as tendências dos ministros são diferentes. O ministro Pazuello trouxe pessoas da convivência e do meio dele, ou seja, do universo militar. Já o [futuro] ministro Queiroga é médico, com mais de 30 anos de experiência no serviço de saúde”, avalia uma fonte da secretaria-executiva do Ministério da Saúde.
Ex-ministro, Eduardo Pazuello deixou o cargo com o país vivendo uma forte alta de casos e mortes pela Covid-19 e patinando na criação de leitos de unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para o tratamento da doença.
Queiroga será o quarto ministro da Saúde a assumir o enfrentamento da pandemia. Antes, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich deixaram a pasta por divergências com o presidente Bolsonaro. Pazuello sai de cena após o desgaste da gestão e pressão de diversos setores.
É um momento muito delicado para a gestão da pandemia. O país errou em muitos momentos, e terá que se esforçar ao máximo para atenuar os problemas. Com o novo ministro pertencendo à área da saúde, o esperado é que a forma de enxergar a pasta seja diferente”, pondera uma técnica de carreira do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Queiroga tomou posse na terça-feira (23/3), em cerimônia discreta, no gabinete presidencial de Bolsonaro. Segundo o ministro, o pedido de “algo simples” partiu dele mesmo.