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Com prisão de Delcídio, Planalto vê sua base aliada combalida

No meio deste turbilhão, ainda atônita, a presidente busca um novo líder do governo. Não quer que o nome seja do PT, como insistem em exigir os petistas

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Palácio do Planalto
1 de 1 Palácio do Planalto - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O Palácio do Planalto avalia que terá de recomeçar do zero a recomposição da sua base aliada após a prisão do líder do governo, senador Delcídio Amaral (PT-MS). No governo, a impressão é que a articulação ficou totalmente combalida e será preciso agir muito rápido porque em pouco mais de 20 dias o Congresso vai entrar em recesso. Até lá, o Planalto precisa aprovar a nova meta fiscal de 2015, para que Dilma não corra o risco de descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal, realimentando as discussões do impeachment.

Depois de um bom tempo sem se falar direito, o episódio fez com que Dilma e o vice-presidente Michel Temer acabassem conversando nesta quarta-feira (25/11), sobre os problemas que vão enfrentar daqui para a frente. A avaliação era de que Delcídio, neste momento, havia se tornado uma peça fundamental em toda a articulação para aprovação de medidas consideradas fundamentais para o ajuste fiscal.

Dilma embarca na noite de hoje para uma viagem de uma semana fora do País. Temer estará à frente da Presidência e terá ajudar na composição na semana que vem. Os dois precisam estar alinhados.

Novo líder
No meio deste turbilhão, ainda atônita, a presidente busca um novo líder do governo. Não quer que o nome seja do PT, como insistem em exigir os petistas. O Planalto chegou a pensar em anunciar o senador Wellington Fagundes (PR-MT) como substituto de Delcídio, mas a presidente preferiu adiar a decisão porque quer conhecê-lo melhor, enquanto aguarda também as tradicionais checagens da vida pessoal do parlamentar.

Chegou-se a cogitar a possibilidade de o senador, que está fora do País, ser convidado para acompanhá-la em um dos trechos da viagem da semana que vem, para que eles possam conversar melhor. Não há, porém, nada decidido porque o governo também avalia outros nomes.

Enquanto isso, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, passou o dia em reunião com parlamentares da base, trabalhando para reconstruir o que tinha sido tão duramente colocado de pé e que foi totalmente destruído com o “tsunami Delcídio”. O governo, que tinha conseguido um fôlego no Congresso com parceria entre Berzoini e Jaques Wagner, na Casa Civil, se viu completamente sem energia depois das prisões.

O Planalto continua avaliando que Delcídio cometeu erros crassos e inadmissíveis. “Uma lambança”, na avaliação de um dos interlocutores da presidente, o que impediria qualquer tentativa de defendê-lo. Mesmo sabendo da possibilidade de o senador fazer delação premiada, o governo não vai trazer o problema para si e descarta trabalhar em prol do seu ex-líder. A estratégia é evitar, ao máximo, que a nova crise política prejudique ainda mais a já abalada imagem de Dilma.

Interlocutores da presidente avaliam ainda que a prisão de Delcídio não trouxe para o governo apenas problemas políticos e econômicos. O episódio, na opinião de auxiliares, fechou totalmente as portas do Judiciário para o Planalto a qualquer movimento e conversas que eventualmente precisassem ocorrer.

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